PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
TAAG retoma voos diretos para capital cabo-verdiana em janeiro de 2018
Praia, Cabo Verde (PANA) – Voos diretos da TAAG (linhas aéreas de Angola), entre Luanda (capital angolana) e Praia, com escala em São Tomé e Príncipe, reiniciam-se a partir de janeiro de 2018, apurou a PANA, quarta-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.
Os voos diretos entre as cidades capitais dos dois países, suspensos há uma ano, serão retomados depois do Governo angolano garantir subsidiar essa linha aérea que era deficitária, confirmaram empresários da Câmara de Comércio de Angola, que estiveram em Cabo Verde na semana passada.
Conforme o jornal digital cabo-verdiano “Santiago Magaine”, os empresários angolanos citaram o ministro dos Transportes de Angola como tendo garantido o retorno da TAAG a essa rota, que durante anos, facilitou a deslocação de Cabo-verdianos, Santomenses e Angolanos entre os seus países.
A seu ver, a rota é tida como "essencial" para o incremento das relações comerciais entre Angola e Cabo Verde.
De acordo com fontes de “Santiago Magazine”, essa linha, suspensa pela companhia aérea angolana desde novembro de 2016 por ser deficitária, com uma taxa de ocupação inferior a 50 porcento, deverá manter-se nos moldes anteriores, ou seja voos semanais com escala em São Tomé e Príncipe.
Esta informação, trazida extra-oficialmente ao pais pelos empresários angolanos que visitaram Cabo Verde, surge semanas depois de Angolanos e Santomenses residentes em Cabo Verde terem saído às ruas da cidade da Praia para exigirem a reabertura dessa linha aérea.
Os manifestantes denunciaram constrangimentos causados e reclamaram por uma resolução do problema a nível governamental.
"Cortaram os voos e ficamos sem condições de viajar para São Tomé", protestou João Martins de Pina, presidente da Associação dos São-tomenses residentes em Cabo Verde, em declarações à imprensa.
O líder associativo lembrou que o voo direito Luanda-São Tomé-Praia custava pouco mais de 30 mil escudos (cerca 272,7 euros), mas que agora, com uma escala em Lisboa, custa cerca de 110 mil escudos (mil euros), ida e volta.
"Não temos condições para viajar", lamentou João de Pina, evocando vários constrangimentos ligados à falta de voos diretos e baratos.
"Somos descendentes de Cabo-verdianos. Sustentamos os nossos familiares lá também, havia negócio entre os dois países e havia a perspetiva de que as pessoas estavam um pouco orientadas. Agora, sem esse voo direto, estamos parados", indignou-se.
Em reação a esta manifestação, o porta-voz da empresa angolana, Carlos Vicente, afastou qualquer possibilidade de a companhia voltar, nos próximos tempos, a operar a rota, por ser pouco rentável.
“A taxa de ocupação era bastante deficiente, não chegando a 50 porcento da capacidade total”, referiu o porta-voz ao Jornal de Angola.
Entretanto, segundo os empresários angolanos, o ministro dos Transportes de Angola assegurou-lhes o reinício da rota Luanda-Praia em janeiro de 2018, com o Governo de Angola a cobrir despesas.
A TAAG, refere-se, anunciara, desde meados de 2016, que iria deixar de voar para Cabo Verde caso não recebesse incentivos ou subsídios do Governo angolano ou a isenção de taxas por parte do executivo cabo-verdiano para manter a rota considerada deficitária.
Na altura, a transportadora angolana era gerida pela transportadora árabe Emirates (desvinculada da TAAG) e foi seu então gestor, Peter Hill, quem explicou os motivos dessa medida.
"O voo para Cabo Verde, por exemplo, leva cinco horas no meio do oceano Atlântico. É uma rota muito cara, pois custa-nos 2,5 milhões de dólares por ano, para transportar apenas, em média, 20 pessoas por voo", apontava Hill, adiantando que a TAAG não pode dar-se a “esse luxo”.
"Claro, que se o Governo nos disser: ’queremos que mantenha o voo e estamos preparados para subsidiá-lo’, nós aceitaremos", explica Hill, que também admite manter o voo se o Governo de Cabo Verde oferecer algumas vantagens, como a redução das taxas de aterragem e o custo de combustível, entre outras.
Angola, da sua parte, não mostrou na altura interesse em subsidiar essa linha que, na verdade, transporta sobretudo Cabo-verdianos.
Por seu turno, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, rejeitou, desde logo qualquer hipótese de Cabo Verde vir a subsidiar esse voo, afirmando então que “a TACV (companhia aérea cabo-verdiana) já tem problemas que bastem” para a sua sustentabilidade.
-0- PANA CS/DD 24nov2017
Os voos diretos entre as cidades capitais dos dois países, suspensos há uma ano, serão retomados depois do Governo angolano garantir subsidiar essa linha aérea que era deficitária, confirmaram empresários da Câmara de Comércio de Angola, que estiveram em Cabo Verde na semana passada.
Conforme o jornal digital cabo-verdiano “Santiago Magaine”, os empresários angolanos citaram o ministro dos Transportes de Angola como tendo garantido o retorno da TAAG a essa rota, que durante anos, facilitou a deslocação de Cabo-verdianos, Santomenses e Angolanos entre os seus países.
A seu ver, a rota é tida como "essencial" para o incremento das relações comerciais entre Angola e Cabo Verde.
De acordo com fontes de “Santiago Magazine”, essa linha, suspensa pela companhia aérea angolana desde novembro de 2016 por ser deficitária, com uma taxa de ocupação inferior a 50 porcento, deverá manter-se nos moldes anteriores, ou seja voos semanais com escala em São Tomé e Príncipe.
Esta informação, trazida extra-oficialmente ao pais pelos empresários angolanos que visitaram Cabo Verde, surge semanas depois de Angolanos e Santomenses residentes em Cabo Verde terem saído às ruas da cidade da Praia para exigirem a reabertura dessa linha aérea.
Os manifestantes denunciaram constrangimentos causados e reclamaram por uma resolução do problema a nível governamental.
"Cortaram os voos e ficamos sem condições de viajar para São Tomé", protestou João Martins de Pina, presidente da Associação dos São-tomenses residentes em Cabo Verde, em declarações à imprensa.
O líder associativo lembrou que o voo direito Luanda-São Tomé-Praia custava pouco mais de 30 mil escudos (cerca 272,7 euros), mas que agora, com uma escala em Lisboa, custa cerca de 110 mil escudos (mil euros), ida e volta.
"Não temos condições para viajar", lamentou João de Pina, evocando vários constrangimentos ligados à falta de voos diretos e baratos.
"Somos descendentes de Cabo-verdianos. Sustentamos os nossos familiares lá também, havia negócio entre os dois países e havia a perspetiva de que as pessoas estavam um pouco orientadas. Agora, sem esse voo direto, estamos parados", indignou-se.
Em reação a esta manifestação, o porta-voz da empresa angolana, Carlos Vicente, afastou qualquer possibilidade de a companhia voltar, nos próximos tempos, a operar a rota, por ser pouco rentável.
“A taxa de ocupação era bastante deficiente, não chegando a 50 porcento da capacidade total”, referiu o porta-voz ao Jornal de Angola.
Entretanto, segundo os empresários angolanos, o ministro dos Transportes de Angola assegurou-lhes o reinício da rota Luanda-Praia em janeiro de 2018, com o Governo de Angola a cobrir despesas.
A TAAG, refere-se, anunciara, desde meados de 2016, que iria deixar de voar para Cabo Verde caso não recebesse incentivos ou subsídios do Governo angolano ou a isenção de taxas por parte do executivo cabo-verdiano para manter a rota considerada deficitária.
Na altura, a transportadora angolana era gerida pela transportadora árabe Emirates (desvinculada da TAAG) e foi seu então gestor, Peter Hill, quem explicou os motivos dessa medida.
"O voo para Cabo Verde, por exemplo, leva cinco horas no meio do oceano Atlântico. É uma rota muito cara, pois custa-nos 2,5 milhões de dólares por ano, para transportar apenas, em média, 20 pessoas por voo", apontava Hill, adiantando que a TAAG não pode dar-se a “esse luxo”.
"Claro, que se o Governo nos disser: ’queremos que mantenha o voo e estamos preparados para subsidiá-lo’, nós aceitaremos", explica Hill, que também admite manter o voo se o Governo de Cabo Verde oferecer algumas vantagens, como a redução das taxas de aterragem e o custo de combustível, entre outras.
Angola, da sua parte, não mostrou na altura interesse em subsidiar essa linha que, na verdade, transporta sobretudo Cabo-verdianos.
Por seu turno, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, rejeitou, desde logo qualquer hipótese de Cabo Verde vir a subsidiar esse voo, afirmando então que “a TACV (companhia aérea cabo-verdiana) já tem problemas que bastem” para a sua sustentabilidade.
-0- PANA CS/DD 24nov2017