Suspeito de assassinatos morre em confronto com Polícia em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – A Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana anunciou, terça-feira, a morte de um homem suspeito de planear a eliminação física de funcionários dessa instituição e do Ministério Público, durante uma operação policial levada a cabo segunda-feira à noite, na zona da Cidadela, no bairro do Palmarejo, na cidade da Praia, apurou a PANA de fonte policial.

Em comunicado de imprensa, a PJ esclarece que uma equipa sua abordou segunda-feira a viatura em que se seguia José Lopes Cabral, mais conhecido por “Zezito denti d’oru”, “suspeito de estar envolvido na preparação de homicídios de funcionários da PJ e do Ministério Público.

O caso está relacionado com a morte da mãe da coordenadora de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, Cátia Tavares, indica a nota.

Trata-se, segundo a PJ, de “um indivíduo cujo cadastro policial e criminal o indicia como autor de crimes de posse de arma de fogo, roubos, falsificação de cartas de condução e homicídios, tendo ainda estado preso durante oito anos em Portugal, por tráfico de estupefacientes.

O comunicado da PJ esclarece ainda que, ao contrário do condutor da viatura que não ofereceu qualquer resistência, o indivíduo em questão optou por resistir às ordens que lhe foram transmitidas, recorrendo à arma que tinha em sua posse, de calibre 9 mm.

Essa desobediência desencadeou um tiroteio, no qual foi ferido um inspetor da Polícia Judiciária, resultando ainda na morte daquele.

“Lamentando a sempre trágica perda de uma vida humana, a Polícia Judiciária vem assegurar à sociedade cabo-verdiana que continuará as investigações até que todos quantos estiveram e estão envolvidos no homicídio do passado dia 17 de setembro e outros, eventualmente em preparação, sejam criminalmente responsabilizados".

O comunicado da PJ veio confirmar as notícias que começaram a circular capital cabo-verdiana dando conta de que os suspeitos de terem assassinado a mãe de Tavares terão sido detidos na noite de segunda-feira, no decurso de uma grande operação realizada pela Polícia científica.

A edição online do jornal “A Semana” revelou que o indivíduo morto, de 29 anos de idade e nacionalidade cabo-verdiana mas residente na Holanda, foi abatido nas imediações da residência de Cátia Tavares.

Ao que tudo indica, esta responsável da Polícia científica seria a próxima vítima, especulando-se que o indivíduo teria ordens expressas para a matar.

José Cabral era, aliás, considerado um “serial killer” na Holanda, Portugal e em Cabo Verde e teria executado nesses países pessoas a mando de terceiros, de acordo com fontes do “asemana online”.

A mãe da coordenadora da Secção Central de Investigação de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, Isabel Moreira, 56 anos, foi assassinada a tiro, à porta da sua residência no bairro de Calabaceira, na Praia, por indivíduos encapuzados.

Na ocasião, a Polícia Nacional informou que a vítima foi atingida por cinco tiros quando se preparava para entrar em casa, numa altura em que o bairro estava às escuras, devido a um corte de energia na capital cabo-verdiana.

A inspetora da PJ e filha da vítima tem sob a sua alçada processos complexos relacionados com o tráfico de droga, nomeadamente a chamada operação “Lancha Voadora”, que culminou com a prisão e condenação dos principais cabecilhas dessa rede de tráfico de estupefacientes.

Esta situação leva as autoridades policiais a concluírem que se tratou de um ato de vingança perpetrado por indivíduos ligados ao mundo do crime.

A imprensa cabo-verdiana divulgou, nos últimos dias, que indivíduos encapuçados teriam também tentado matar o ex-procurador-geral da República, Júlio Martins, que exercia essas funções durante o processo judicial relacionado coma operação “Lancha Voadora”.

Os presumíveis assassinos só não concretizaram o atentado porque Júlio Martins não se encontrava em casa.

-0- PANA CS/IZ 15out2014