Agência Panafricana de Notícias

Sudão acusa Estados Unidos e UE de conspiração

Cartum, Sudão (PANA) – O Governo do Sudão acusou a administração norte-americana e a União Europeia (UE) de patrocinar grupos da oposição política e armada para o destituir, soube-se de fonte oficial em Cartum.

Segundo Nafie Ali Nafie, assistente do Presidente Omar El Bachir, a conspiração resultou na recente assinatura dum documento, denominado Carta para uma Nova Era, em Kampala, no Uganda.

Citado pela agência oficial de notícias sudanesa, SUNA, Nafie, terceiro membro mais poderoso do Executivo sudanês, acusa os Estados Unidos e a UE de ter patrocinado e co-financiado a última reunião em Kampala onde partidos da oposição civil e armada sudaneses assinaram o documento, preconizando a destituição do regime de Cartum.

Nafie disse segunda-feira à noite que as Embaixadas norte-americanas e europeias em Kampala patrocinaram a reunião da Frente Revolucionária Sudanesa (SRF) da oposição armada e dos partidos políticos civis.

"As Embaixadas pressionaram os partidos da oposição para assinar o documento, através de Yassir Arman, alto responsável da SRF", denunciou.

Ele cita uma declaração de Siddeik Yusuf, do Partido Comunista Sudanês (SCP), que revelou que Arman tinha dito que os Estados Unidos e a UE retirariam os seu apoio se a oposição se recusasse assinar o documento e a se juntar à SRF.

Segundo ele, a Carta para uma Nova Era tem como objetivo "enfraquecer o regime, destruir a identidade do Sudão e desintegrar o país".

Nafie disse que o documento "foi preparado pelas potências ocidentais e sionistas".

A carta criou uma campanha hóstil à larga escala à qual o Governo de Cartum reagiu vigorosamente e ameaçou tomar "medidas severas" contra os partidos da oposição implicados.

O Presidente Omar El Bachir disse sexta-feira, no centro do Sudão, que os signatários da carta eram "traidores e quintas colunas".

Ele prometeu proibir as pessoas implicadas de qualquer papel ativo na vida política sudanesa.

Por outro lado, a oposição afirma que o Governo deteve cinco pessoas, das quais uma mulher, devido a esta carta.

Estas detenções são consideradas como o início duma repressão contra a oposição.

-0- PANA MO/VAO/NFB/JSG/CJB/TON 15jan2013