Sudaneses rubricam acordo de paz para Darfur
Cartum, Sudão (PANA) - A Frente Revolucionária Sudanesa (SRF) e o Governo de transição do Sudão, dirigido por civis, assinaram segunda-feira um acordo, em Juba, a capital do Sudão do Sul, para pôr termo a uma década e meia de conflito sangrento, em Darfur, e sobre o Nilo Azul.
As duas partes rubricaram oito documentos que resolvem as divergências relativas à partilha do poder e à integração de oito grupos armados rebledes no Exército Nacional.
O acordo conduzirá igualmente à reinstalação de vários milhões de deslocados e refugiados recenseados nos países vizinhos e além.
« Este acordo nunca seria concretizado sem a revolução que derrubou o Governo tirânico instalado “, declarou Yassir Arman, um dos líderes da Frente Revolucionária.
O acordo reuniu o Governo Federal e os dirigentes das províncias de Darfur e do Nilo Azul.
Darfur e Nilo Azul são duas das três províncias que continuaram a registar distúrbios intermitentes bem antes da assinatura, em 2005, de um acordo de paz entre Cartum e os rebeldes do sul.
O Acordo de Paz Global (APG) conduziu à independência do Sudão do Sul. A terceira província é a região montanhosa de Nuba.
O líder do Movimento rebelde da província dos Montes Nuba, Abdul Azia Hilo, declarou que ele quer uma demarcação clara entre o Estado e a religião, sob pena de apelar aos seus concidadãos da região para optar pela secessão.
Um ciclo de negociações está previsto com ele para Juba, no Sudão do Sul, numa data que será fixada pelo Governo sul-sudanês e pelos medianeiros do atual acordo.
Apesar de o acordo ter incluído os movimentos rebeles de Darfur, o grupo dissidente do Exército de Libertação do Sudão, de Abdul Wahid, absteve-se.
O seu chefe em exílio, Nour, continua a pensar que o que foi obtido não está à altura das suas exigências, um desmantelamento total de qualquer estabelecimento do Sudão Central.
No entanto, o primeiro-ministro sudanês , Abdallah Hamdouk, e o presidente do Conselho Soberano, uma presidência coletiva no Sudão, apelaram a Nour para se juntar ao processo e afirmaram que a porta permanece aberta para que outros se juntem ao protocolo de paz.
O acordo foi saudado pela União Africana (UA), pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos.
-0- PANA MO/RA/ASA/BEH/FK 1set2020