Agência Panafricana de Notícias

Solução para crise líbia passa por eleições e respeito pela vontade líbia, diz UMA

 

Tripoli, Líbia (PANA) - O secretário-geral da União do Magrebe Árabe (UMA) Taïeb Baccouche, considerou que a solução na Líbia reside na realização de eleições e no respeito pela vontade e exigências dos líbios de alcançar a segurança e estabilidade no seu país como apoio da UMA e sob a supervisão das Nações Unidas.

Numa entrevista à France 24, no último fim de semana, Baccouche afirmou que todos os antigos enviados da Organização das Nações Unidas (ONU) na Líbia conseguiram marcar numerosas datas para a realização de eleições mas que estas não foram respeitadas  devido a circunstâncias não maduras.

Do seu lado, o representante especial do Secretário-Geral da ONU para a Líbia, Abdoulaye Bathily, envida  atualmente esforços com contactos quer no interior quer no exterior, para implementar a sua iniciativa a fim de organizar eleições legislativas e presidenciais antes de finais do ano de 2023.

Disse ter ido por duas vezes à Líbia no quadro dos esforços da UMA para regular a crise.

Uma vez, foi durante o reinado do ex-chefe do Governo de Entendimento Nacional, Fayez al-Sarraj, e outra vez nesta era do atual Governo de Unidade Nacional, indicou.

Sublinhou os seus esforços envidados no sentido de contribuir para o sucesso desta agenda eleitoral e o seu controlo, lamentando que haja ainda eventos que sempre entravaram este desiderato.

Declarou que a coligação sub-regional não perderá esperação de que a Líbia encontre uma solução, como já o disse em numerosas correspondências destinados aos cinco países da UMA.

Reiterou a necessidade que "a solução seja líbio-líbia, com o apoio do Magrebe primeiro e sob a égide das Nações Unidas.

O secretário-geral da UMA apelou várias vezes a uma reunião magrebina dos ministros dos Negócios Estrangeiros sobre a crise líbia.

O seu último apelo remonta ao verão de 2022 e dizia respeito aos países do Magrebe árabes, com vista a uma cimeira bem-sucedida,

Sugeriu, nessa ocasião, a elaboração de um plano de paz na Líbia e a realização de reuniões bilaterais a fim de responderem aos problemas bilaterais.

São membros da UMA, Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia.

Porém, a instituição fundada a 17 de fevereiro de 1989 na cidade marroquina de Marraquexe, está paralisada e bem longe de poder buscar qualquer solução para as crises da região, em particular a crise líbia.

Na base disto estão divergências persistentes entre a Argélia e Marrocos sobre a questão do Sara Ocidental.

Marrocos anexou o Sara Ocidental pouco tempo depois do seu abandono, em 1975, pela Espanha, então potência colonial.

Apoiado logística e militarmente pela Argélia, a Frente Polisário, movimento armado saraui, guerreia contra Marrocos para reivindicar a soberania do território do Sará Ocidental.

-0- PANA BY/JSG/DD 02maio2023