Agência Panafricana de Notícias

Sociedade civil pede fim de tensões no Botswana

Lusaka, Zâmbia (PANA) – Uma coligação de organizações da sociedade civil sediada na África do Sul pediu sexta-feira às forças de segurança e aos funcionários em greve no Botswana para demonstrar moderação sob pena de aumentar a crise humanitária.

A coligação afirmou que as autoridades do Botswana devem considerar o apelo do centro tswanês dos direitos humanos que pediu ao Presidente Seretse Khama para negociar um desfecho pacífico para o movimento de protesto lançado pelos sindicatos, que paralisa o serviço público há seis semanas.

O grupo pediu igualmente a libertação imediata de todas as crianças detidas pela Polícia do Botswana.

Segundo a imprensa, mais de 100 mil funcionários , dos quais cerca de mil 500 considerados como trabalhadores essenciais, estão em greve desde 18 de abril último para exigir um aumento de 16 porcento dos salários.

« Num contexto de movimento cívico no continente, a situação no Botswana poderá deteroriar-se e transformar-se em crise severa », advertiu Watson Hamunakwadi da Global Call to Action Against Poverty (GCAP) da África do Sul num comunicado divulgado pela Aliança Mundial para a Participação Citadina (CIVICUS).

O Parlamento tswanês teria oferecido em abril último um aumento de cinco porcento dos salários, uma decisão rejeitada pelo sindicato que manteve a sua exigência dum aumento de 15 porcento dos salários, alegando que este incremento é necessário face à subida dos preços dos produtos da primeira necessidade.

No início de maio corrente, o Presidente Kham reduziu a cifra para três porcento, invocando a situação económica do país que está a restabelecer-se duma recessão.

Segundo o diretor da Pesquisa da CIVICUS, Netsanet Belay, a coligação condenou o uso da violência pelas autoridades e exortou as duas partes a estudar uma resolução pacífica do conflito que provocou o encerramento de várias escolas, centros de saúde e hospitais em Gaborone, a capital.

Os membros da coligação sul-africana exprimiram igualmente a sua total solidariedade para com a sociedade civil tswanesa que exerce o seu direito de protesto.

-0- PANA MM/BAO/NFB/TBM/SOC/FK/TON 28 maio2011