Sociedade civil mobiliza manifestantes contra presença francesa no Mali
Bamako, Mali (PANA) - Várias associações da sociedade civil malianas, reunidas no seio da plataforma "Yéré wolon ddebout sur les remparts”, projetam mobilizar várias centenas de milhares de manifestantes, sexta-feira, nas ruas de Bamako, a capital, no interior do país e no exterior, para se erguer contra a presença francesa no Mali, soube a PANA junto dos organizadores.
"Não ao imperialismo", "França retire-se", "Não a França e aos seus aliados” são alguns slogans gravados nos pósteres e cartazes dos participantes numa conferência, realizada terça-feira, que anunciou a organização de um comício contra a presença do “antigo colonizador no Mali”.
Os promotores deste comício indicaram que não existe um sentimento antifrancês, mas "um sentimento contra a política francesa".
“Nós militamos para obter a nossa independência económica, monetária, política e militar”, defenderam os organizadores da manifestação, lembrando que a crise prevalecente no Mali representa a consequência da intervenção da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Líbia.
"A fase de denúncia foi concluída, estamos na etapa para a ação e sexta-feira, 10 de janeiro, mostraremos o exemplo àqueles que hesitam em juntar-se a nós para expulsar das nossas fronteiras os Franceses”, disseram os organizadores do comício.
Sentimentos antifranceses são percetíveis no Mali há alguns dias, na sequência da crise de segurança sem precedentes prevalecente neste país da África Ocidental.
Trata-se de uma crise marcada por ataques terroristas frequentes e conflitos intercomunitários no norte e no centro do Mali, apesar da presença das forças francesas Barkane e da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA).
Algumas populações acusam França de exacerbar a crise e de nada fazer para a circunscrever, indo até suspeitá-la de cumplicidade com os terroristas.
-0- PANA GT/BEH/FK/IZ 02jan2020