Sociedade civil exige fim de violência contra mulheres em São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Um grupo da sociedade civil pediu quinta-feira o fim da violência contra mulheres, em consequência do assassinato recente de uma mulher de 40 anos por um presidiário, seu ex-marido, soube a PANA de fonte segura.
Mãe de quatro filhas, Maria de Lurdes Pereira, foi esquartejada na presença dos seus familiares, incluindo a filha mais velha, não obstante a clemencia dos seus próximos.
Segundo depoimentos dos familiares, a vítima, que residia em Boa Entrada, era constantemente ameaçada de morte.
Mas ingloriamente, explicam testemunhas revoltadas, tentou, em vida, mas sem sucesso, buscar apoios das autoridades judicias.
A morte da Maria de Lurdes Pereira chocou a sociedade que, quinta-feira, pediu apoio da justiça para endurecer penas contra agressores.
Vestidas de preto, várias mulheres, incluindo familiares da vítima, manifestaram-se nas ruas da cidade capital, São Tomé, pedindo "tolerância zero" contra a violência feitas a mulheres.
"A onda de violência a que o país tem assistido é insustentável. Nós não podemos viver com a violência que tem havido contra as mulheres, e contra as crianças, abuso sexuais contra menores”, indignou-se uma manifestante, identificada como Celisa Deus Lima.
Advogada de profissão, ela juntou-se à causa, pedindo "tolerância zero" face à violência contra mulheres.
"Queremos uma alteração da lei de execução da pena que permite que reclusos, autores de crimes violentos, sejam colocados em liberdade para prestarem serviços privativos acompanhados por guardas prisionais”, defendeu.
A seu ver, quando os reclusos estão colados em liberdade, cometem crimes e voltam a entrar na penitenciária impunes.
“Queremos que seja provado o estatuto da vítima. O código do processo penal é um código pensado para o arguido. Defende os direitos de liberdade e garantias dos arguidos”, disse a advogada.
O Governo condenou o ato bárbaro, lembrando que a vítima foi agredida fisicamente com um machim (catana utilizada em trabalhos agrícolas) pelo seu cônjuge.
Em março último, um presidiário assassinou a sua ex-companheira, em idênticas circunstâncias, mas será capturado depois de ter fugido, tendo falecido logo depois nas instalações da Polícia Judiciaria, em São Tomé, indica-se.
-0- PANA RMG/DD 18junho2021