Agência Panafricana de Notícias

Só 11 países membros de CAADP com valor acrescentado em Agricultura em África, diz UA

 

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Apenas 11 Estados estão no bom caminho dos 49 membros que apresentaram relatórios indicadores do valor acrescentado da agricultura, para atingir uma taxa de crescimento anual de pelo menos seis por cento, indica um repórter do quarto ciclo de revisão biennial do Programa Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura de África (CAADP, sigla em inglês).

Segundo a publicação recente e oficialmente lançada em Addis Abeba pela União Africana (UA), estes paises incluem Benin,  Botswana, Burkina Faso,  Egito, Gâmbia,  Gana, Guiné Conakry, ilhas Maurícias, Níger, Nigéria e Togo.

Trata-se de uma diminuição significativa em relação ao terceiro período de referência (2021), em que 21 países estavam no bom caminho, mas o desempenho desta quarta revisão é ainda superior ao do segundo período  (2019), em que apenas três países bem.

No tocante à taxa de pobreza neste ciclo,  49 paises apresentaram relatórios sobre este indicador em comparação ao ano de  2019, em que nenhum país estava no bom caminho.

Neste preciso momento, proßegue omdocumento, apenas três Estados, designadamente Benin, Cabo Verde e Marrocos, estão a evoluir bem, ou seja, uma melhoria.

Porém, o desempenho é preocupante, uma vez que a persistência de elevadas taxas de pobreza em muitos Estados membros tem um impacto significativo no sistema alimentar de África, desde a produção até ao consumo, segundo a mesma fonte.

A importância da redução da taxa de pobreza para a transformação do sistema alimentar de África não pode ser subestimada, pois, a pobreza afeta todas as facetas do sistema alimentar, desde as sementes semeadas no solo até aos alimentos na mesa, refere a publicação.

No entender do CAaDP, para que África concretize a sua visão de um sistema alimentar transformado, eficiente e resistente, "a luta contra a pobreza não é apenas benéfica mas também essencial."

Destaca ainda o compromisso de reforçar a capacidade de resistência à variabilidade climática que vai ajudar a melhorar a capacidade de resiliência das famílias aos riscos relacionados com o clima e as condições meteorológicas e outros choques, bem como criar um investimento permanente no reforço da resiliência.

“Isto é fundamental, dado o recente aumento da frequência e da gravidade de choques como secas, inundações e conflitos”, adianta o documento.

Este compromisso é acompanhado de  indicadores específicos, nomeadamente a percentagem de agregados familiares agrícolas, pastoris e piscatórios que melhoraram este potencial, a percentagem de terras agrícolas sujeitas a práticas sustentáveis, a existência de rubricas orçamentais governamentais e de um ambiente propício às necessidades de despesa com iniciativas de reforço da resiliência.

De acordo com o reporter do CAADP, neste quarto ciclo, em termos da sua preparação para enfrentar as alterações climáticas e outras crises potenciais, o continente está atualmente aquém do seu compromisso de criar resiliência.

A pontuação média do continente a este respeito é de 5,91, com as regiões ocidental (6,95) e oriental (6,51) a emergirem como líderes neste domínio, e, em contrapartida, a África Austral fica atrás com a pontuação mais baixa de 4,65.

Outro indicador destacado no relatório de revisão biennial tem a ver com o compromisso de impulsionar o comércio intra-africano  para  aumentar em 200 por cento até 2025, em relação aos níveis de 2015, e criar um ambiente propício, melhorando a política comercial e o ambiente institucional.

Sobre este índice do comércio intra-africano de produtos agrícolas e serviços apenas três países estavam no bom caminho, designadamente Lesoto, Níger e Senegal, em 2017,  tendo o número aumentado para 29.

Trata-se de Angola,, do Benin, da República CentroAfricana, da Eritreia, da Guiné Conakry, de Madagáscar, da Serra Leoa, do Burkina Faso, do Burundi, denCabo Verde, da Côte d'Ivoire, do Gabão, da Gâmbia, do Gana, da Guiné-Bissau, do Quénia, do Mali, da Mauritânia, das ilhas Maurícias, de Marrocos, de Moçambique, do Níger, da Nigéria, do Rwanda, do Senegal, do Togo, da Tunísia, do Uganda e da Zâmbia.

O desempenho observado em 2023 é, por conseguinte, o pior registo nos quatros ciclos de revisão realizados até à data.

No entanto, no âmbito da categoria de desempenho sobre a triplicação do comércio intra-africano, dois Estados-membros, ou seja, Rwanda e Zâmbia, estavam no bom caminho para triplicar o seu comércio com outros países do continente.

Neste âmbito da categoria de desempenho,  relativa à facilitação do comércio através da criação de políticas comerciais e condições institucionais favoráveis, apenas um Estado membro, a Guiné Equatorial, estava aceitável.

A pontuação deste tema dos compromissos foi a mais baixa de todas as pontuações situadas em 2,23 contra uma pontuação mínima de 9,00, e,menquanto isso, foi registo um desempenho ligeiramente melhor no que diz respeito a políticas e instituições comerciais intra-africanas com 4,05 de pontuação, em comparação com a pontuação de 0,41, relativo ao comércio intra-africano de produtos agrícolas e serviços, diz o CAADP.

-0- PANA JF/DD 26abril2024