PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Situação nos Grandes Lagos inspira "muitos cuidados", diz Presidente angolano
Luanda, Angola (PANA) - O chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, considerou segunda-feira, em Luanda, que a situação prevalecente na região dos Grandes Lagos "ainda inspira muitos cuidados" e obriga a reforçar medidas para se fazer face às ameaças à paz e à segurança de alguns países.
Eduardo dos Santos, que falava na abertura de uma cimeira extraordinária da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), apontou como exemplo a República do Burundi, onde uma crise pré-eleitoral levou a confrontos violentos.
"Condenamos energicamente a tentativa de golpe de Estado e saudamos a defesa da ordem constitucional pelas forças leais ao Presidente da República, cuja legitimidade não pode ser posta em causa", afirmou.
Segundo ele, é necessário restabelecer rapidamente o diálogo com vista a criar as condições, com o apoio da Região, para que as previstas eleições legislativas e presidenciais tenham lugar de forma ordeira, transparente e credível, e seja depois respeitada a vontade expressa pelos eleitores nas urnas.
Em contrapartida, ressalvou, existe "otimismo moderado" quanto à possibilidade da concretização efetiva do processo de paz e reconciliação e da estabilização da República Centoafricana (RCA), "apesar de algumas incertezas".
"Saudámos os progressos alcançados nas últimas semanas, mas é necessário continuar a apoiar o Governo de Transição e o mediador do processo de paz para que possam integrar neste processo os grupos armados que ainda atuam em certas zonas fora do controlo do Governo", disse.
O chefe de Estado angolano, que assume atualmente a presidência rotativa da CIRGL, referiu igualmente a situação na República Democrática do Congo (RDC) e no Sudão do Sul onde, segundo ele, os respetivos governos prosseguem ações militares contra as forças negativas.
"Importa também, em conjunto com os organismos internacionais como as Nações Unidas e a União Africana, buscar uma resolução pacífica e negociada para acabar de vez com a pilhagem de recursos naturais e a violência dos grupos rebeldes contra as populações civis", disse.
Convidou os seus homólogos presentes na reunião a inscrever na sua agenda como "ponto de destaque" o fenómeno do terrorismo e a encarar com muita seriedade a forma de o prevenir e combater. "O massacre de cerca de centena e meia de estudantes no Quénia e outros atos terroristas perpetrados pelo grupo Al-Shabab são crimes que condenamos com veemência", disse.
No seu entender, esta via é inaceitável para a resolução de problemas políticos ou de qualquer outra natureza, pelo aproveitou a ocasião para "em nome de todos os presentes", reiterar as suas condolências ao povo e Governo queniano e a todas as famílias enlutadas "por estes tristes acontecimentos".
"Sugiro o alargamento e o reforço dos mecanismos regionais de luta antiterrorista, mediante uma colaboração mais estreita entre as nossas agências de informação e inteligência e um controlo mais efetivo da circulação transfronteiriça e da imigração ilegal", advogou.
Ele clarificou que isso não significa "que tenhamos de manter uma atitude xenófoba em relação aos cidadãos de outros Estados, africanos ou vindos de fora do Continente, que procuram refúgio ou que buscam contribuir de forma legal e honesta para o desenvolvimento dos nossos países".
"Significa tão somente melhorar os nossos serviços, para que sejam capazes de aplicar e fazer respeitar por todos as nossas leis e regulamentos. Com o esforço concertado de todos os Estados-membros da CIRGL poderemos instaurar um clima de paz, concórdia, estabilidade e segurança dentro e fora das nossas fronteiras, como condição indispensável para podermos ampliar a nossa cooperação com benefícios para os nossos respetivos povos", disse.
Para o efeito, disse ser necessário o cumprimento escrupuloso das obrigações relativas aos recursos financeiros, pelo que os Estados-membros devem fazer um esforço para regularizar as suas contribuições, tal como acordado em Cimeiras anteriores, enquanto condição fundamental "para a manutenção e o normal funcionamento da nossa organização".
-0- PANA IZ 18maio2015
Eduardo dos Santos, que falava na abertura de uma cimeira extraordinária da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), apontou como exemplo a República do Burundi, onde uma crise pré-eleitoral levou a confrontos violentos.
"Condenamos energicamente a tentativa de golpe de Estado e saudamos a defesa da ordem constitucional pelas forças leais ao Presidente da República, cuja legitimidade não pode ser posta em causa", afirmou.
Segundo ele, é necessário restabelecer rapidamente o diálogo com vista a criar as condições, com o apoio da Região, para que as previstas eleições legislativas e presidenciais tenham lugar de forma ordeira, transparente e credível, e seja depois respeitada a vontade expressa pelos eleitores nas urnas.
Em contrapartida, ressalvou, existe "otimismo moderado" quanto à possibilidade da concretização efetiva do processo de paz e reconciliação e da estabilização da República Centoafricana (RCA), "apesar de algumas incertezas".
"Saudámos os progressos alcançados nas últimas semanas, mas é necessário continuar a apoiar o Governo de Transição e o mediador do processo de paz para que possam integrar neste processo os grupos armados que ainda atuam em certas zonas fora do controlo do Governo", disse.
O chefe de Estado angolano, que assume atualmente a presidência rotativa da CIRGL, referiu igualmente a situação na República Democrática do Congo (RDC) e no Sudão do Sul onde, segundo ele, os respetivos governos prosseguem ações militares contra as forças negativas.
"Importa também, em conjunto com os organismos internacionais como as Nações Unidas e a União Africana, buscar uma resolução pacífica e negociada para acabar de vez com a pilhagem de recursos naturais e a violência dos grupos rebeldes contra as populações civis", disse.
Convidou os seus homólogos presentes na reunião a inscrever na sua agenda como "ponto de destaque" o fenómeno do terrorismo e a encarar com muita seriedade a forma de o prevenir e combater. "O massacre de cerca de centena e meia de estudantes no Quénia e outros atos terroristas perpetrados pelo grupo Al-Shabab são crimes que condenamos com veemência", disse.
No seu entender, esta via é inaceitável para a resolução de problemas políticos ou de qualquer outra natureza, pelo aproveitou a ocasião para "em nome de todos os presentes", reiterar as suas condolências ao povo e Governo queniano e a todas as famílias enlutadas "por estes tristes acontecimentos".
"Sugiro o alargamento e o reforço dos mecanismos regionais de luta antiterrorista, mediante uma colaboração mais estreita entre as nossas agências de informação e inteligência e um controlo mais efetivo da circulação transfronteiriça e da imigração ilegal", advogou.
Ele clarificou que isso não significa "que tenhamos de manter uma atitude xenófoba em relação aos cidadãos de outros Estados, africanos ou vindos de fora do Continente, que procuram refúgio ou que buscam contribuir de forma legal e honesta para o desenvolvimento dos nossos países".
"Significa tão somente melhorar os nossos serviços, para que sejam capazes de aplicar e fazer respeitar por todos as nossas leis e regulamentos. Com o esforço concertado de todos os Estados-membros da CIRGL poderemos instaurar um clima de paz, concórdia, estabilidade e segurança dentro e fora das nossas fronteiras, como condição indispensável para podermos ampliar a nossa cooperação com benefícios para os nossos respetivos povos", disse.
Para o efeito, disse ser necessário o cumprimento escrupuloso das obrigações relativas aos recursos financeiros, pelo que os Estados-membros devem fazer um esforço para regularizar as suas contribuições, tal como acordado em Cimeiras anteriores, enquanto condição fundamental "para a manutenção e o normal funcionamento da nossa organização".
-0- PANA IZ 18maio2015