Agência Panafricana de Notícias

Situação confusa na cidade líbia de Beni Walid

Tripoli, Líbia (PANA) – A situação continuou notavelmente ambígua domingo na cidade de Beni Walid, situada a cerca de 180 quilómetros a sudeste de Tripoli e bastião da tribo Warfela, uma das maiores da Líbia.

Esta ambiguidade está refletida nas informações contraditórias sobre um acordo entre os rebeldes e os notáveis da cidade para a sua rendição.

Os rebeldes do Conselho Nacional de Transição na Líbia (CNT) sitiam há vários dias esta localidade onde eles suspeitam estarem refugiados batalhões fiéis ao deposto regime do coronel Kadafi, após a sua derrota em Tripoli e arredores há 10 dias.

Os chefes rebeldes deram aos dignitários da cidade até domingo para depor as armas e juntar-se à revolução para evitar o derramamento de sangue, afirmando a sua vontade de entrar na cidade domingo, de qualquer maneira.

As cidades de Sirtes (centro do país), Sebha (sul) e Jeffra (sudeste) continuam fora do controlo dos rebeldes.

Contudo, negociações difíceis estão em curso com os dignitários há vários dias também para entregar esta cidade sem combates e juntar-se à revolução.

Os observadores consideram que a prorrogação por uma semana pelo presidente do CNT, Mustapha Abdeljelil, do ultimato incialmente estabelecido para tal rendição até sábado, prova que as negociações "estão em via de chegar a uma solução pacífica".

Abdeljelil afirmou, durante uma conferência de imprensa no fim de semana em Benghazi, que o prolongamento do prazo não significa que o Conselho "não está consciente do que os apoiantes de Kadafi fazem".

« Os rebeldes vão deslocar-se para sitiar estas cidades até ao fim do ultimato », acrescentou.

Contudo, os observadores consideram que o CNT está a trabalhar por todos os meios para chegar a uma solução negociada e evitar novas efusões de sangue para poder consagrar-se à batalha da reconstrução.

Por outro lado, as ruas de Tripoli conheceram domingo uma atividade mais intensa comparativamente a sábado, já que a maioria dos mercados e lojas abriram bem como os cafés, as padarias e todas os demais estabelecimentos, além de numerosas oficinas.

A maioria dos trabalhadores das empresas de limpeza retomaram desde as primeiras horas de domingo o trabalho, incluindo pessoas de outras nacionalidades africanas.

Contudo, o problema da penúria da água na capital Tripoli e arredores continua a ser um desafio maior para os novos dirigentes na Líbia, apesar dos esforços consideráveis feitos há duas semanas para encontrar uma solução ao sofrimento dos cerca de um milhão e 500 mil habitantes da capital líbia.

Apesar das declarações do coordenador das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários na Líbia, Panos Moumtzis, indicando que « o problema da água em Tripoli e regiões vizinhas continua enorme mas não crítico », os citadinos da capital exprimiram os seus receios sobre a incapacidade da nova administração de alcançar uma solução a este problema rapidamente.

Os Tripolitanos começaram efetivamente a busca de soluções já que alguns deles se orientaram para a exploração dos antigos poços que eram utilizados nas residências antes da chegada à cidade da água do projeto do Rio Artificial.

Tripoli e a maioria das cidades líbias sofreram, entre os anos 80 e meados dos anos 90 do século passado, uma grande carência de água potável, obrigando os cidadãos a procurar soluções próprias a eles, das quais a perfuração de poços privados embora sem garantias de qualidade da água devido à sobreposição das águas do mar e das águas residuais.

-0- PANA HMM BY/AAS/AAS/IBA/MAR/IZ 05set2011