PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Sindicato denuncia ameaças à liberdade de imprensa em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Carla Lima, afirmou, na Cidade Velha, que nunca a liberdade de imprensa esteve tão ameaçada no país como agora, devido à tentativa dos poderes instituídos de condicionarem a atividade de jornalistas.
Lima fez estes pronunciamentos quando intervinha, quinta-feira, na abertura de uma mesa redonda sobre as “Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, Fast e Fake News (notícias rápidas e falsas): desafios à classe jornalística”, organizado pela União Europeia (UE), em parceria com a AJOC, em saudação ao Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, 03 de Maio.
A presidente da AJOC precisou que as ameaças em questão resultam da divulgação de notícias falsas e de “informações deturpadas” para confundir a opinião pública.
Segundo ela, a possibilidade de disseminação de informações de forma rápida trouxe, para muitos, a facilidade de se tentar livrar da mediação necessária entre jornalistas, representantes do regime no poder e o público.
“Mas isso, longe de ameaçar a informação credível, deve servir de um reforço para credibilização da informação produzida por jornalistas, depois de devidamente observada e que coloca em confrontação vários pontos de informação”, acrescentou.
Carla Lima observou que se celebra pela 25ª vez o Dia internacional da Liberdade de Imprensa numa altura em que mais líderes democraticamente eleitos não vêm os media como parte essencial da democracia, mas como adversários.
Cabo Verde desceu duas posições no índice mundial de liberdade de imprensa de 2018, ocupando o 29º posto, sendo o primeiro dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e o segundo da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), segundo um relatório publicado recentemente pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
“A liberdade efetiva, o respeito pelos profissionais é algo que não temos neste momento em Cabo Verde e é preciso dizê-lo”, concluiu.
Porém, a representante da União Europeia (UE) em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, defendeu que, apesar de existir a liberdade de imprensa no país, as condições dos jornalistas e dos profissionais da comunicação social devem ser melhoradas.
“Não é pelo facto de estarmos num país onde há liberdade de imprensa que nos podemos regozijar e não prestar atenção aos desafios que vão surgindo”, anotou Moreira de Sousa.
Por sua vez, a presidente da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), Arminda Barros, considerou que, em Cabo Verde, "está-se a viver uma degradação da liberdade de imprensa".
O alerta foi dado durante uma conferência inaugural alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, decorrida na Biblioteca Nacional, na cidade da Praia, sob o lema “Os Média, a Justiça e a Regulação como Garantias das Liberdades e Pilares do Estado de Direito Democrático”.
Com olhos postos na situação crítica por que passa a imprensa neste momento, a presidente da ARC alertou para o estado de degradação em que se encontra a liberdade de imprensa no país.
“Em Cabo Verde , está-se a viver uma degradação da liberdade da imprensa, sim. Ninguém pode, em boa verdade, dizer que não tem havido ameaças a esse bem maior da democracia e das sociedades modernas. Acontece, porém, que o jornalista cabo-verdiano tem sabido existir e coexistir com essa realidade nua e crua, porque a liberdade de imprensa sempre esteve ou foi ameaçada”, sublinhou.
Arminda Barros lembrou que jornalistas correm sempre o risco de serem alvo de assédio e tentativas de manipulação, coerção, entre outras partidas.
“Mas têm que saber resistir porque não podem ser agentes do politicamente correto e trabalhar sem margens para questionar os poderes e o governo em nome do interesse público, criticar ou denunciar desmandos contra os interesses dos cidadãos”, frisou.
Ao presidir à abertura da conferência, o ministro cabo-verdiano da Cultura e Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que tutela também o setor da Comunicação Social, realçou a importância do 03 de maio e da liberdade de imprensa.
Sugeriu uma postura ética e deontológica aos jornalistas nacionais no exercício da sua profissão.
Além do papel de jornalista conciliador com a sociedade de paz, o governante referiu ainda a implementação de políticas públicas para o setor, com destaque para incentivos a jornais online.
Anunciou que o governo vai criar, em parceria com a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), um centro para a especialização de jornalistas.
Abraão Vicente fez questão de vincar que “a imprensa é livre no país”, realçando que Cabo Verde deve orgulhar-se da posição que ocupa no ranking mundial de liberdade de imprensa.
“Cabo Verde pode gabar-se de não ter casos de violação ou de perseguição contra jornalistas. Cabo Verde pode sentir-se orgulhoso da ampla liberdade de ação e de trabalho entre outros temas. Em Cabo Verde, não existem temas tabus. Não existem condicionamentos. Não existe qualquer tipo de cerceamento com a liberdade dos órgãos que tratam qualquer tema ou assunto que esteja na sua pauta editorial”, defendeu o ministro.
-0- PANA CS/DD 04maio2018
Lima fez estes pronunciamentos quando intervinha, quinta-feira, na abertura de uma mesa redonda sobre as “Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, Fast e Fake News (notícias rápidas e falsas): desafios à classe jornalística”, organizado pela União Europeia (UE), em parceria com a AJOC, em saudação ao Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, 03 de Maio.
A presidente da AJOC precisou que as ameaças em questão resultam da divulgação de notícias falsas e de “informações deturpadas” para confundir a opinião pública.
Segundo ela, a possibilidade de disseminação de informações de forma rápida trouxe, para muitos, a facilidade de se tentar livrar da mediação necessária entre jornalistas, representantes do regime no poder e o público.
“Mas isso, longe de ameaçar a informação credível, deve servir de um reforço para credibilização da informação produzida por jornalistas, depois de devidamente observada e que coloca em confrontação vários pontos de informação”, acrescentou.
Carla Lima observou que se celebra pela 25ª vez o Dia internacional da Liberdade de Imprensa numa altura em que mais líderes democraticamente eleitos não vêm os media como parte essencial da democracia, mas como adversários.
Cabo Verde desceu duas posições no índice mundial de liberdade de imprensa de 2018, ocupando o 29º posto, sendo o primeiro dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e o segundo da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), segundo um relatório publicado recentemente pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
“A liberdade efetiva, o respeito pelos profissionais é algo que não temos neste momento em Cabo Verde e é preciso dizê-lo”, concluiu.
Porém, a representante da União Europeia (UE) em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, defendeu que, apesar de existir a liberdade de imprensa no país, as condições dos jornalistas e dos profissionais da comunicação social devem ser melhoradas.
“Não é pelo facto de estarmos num país onde há liberdade de imprensa que nos podemos regozijar e não prestar atenção aos desafios que vão surgindo”, anotou Moreira de Sousa.
Por sua vez, a presidente da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), Arminda Barros, considerou que, em Cabo Verde, "está-se a viver uma degradação da liberdade de imprensa".
O alerta foi dado durante uma conferência inaugural alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, decorrida na Biblioteca Nacional, na cidade da Praia, sob o lema “Os Média, a Justiça e a Regulação como Garantias das Liberdades e Pilares do Estado de Direito Democrático”.
Com olhos postos na situação crítica por que passa a imprensa neste momento, a presidente da ARC alertou para o estado de degradação em que se encontra a liberdade de imprensa no país.
“Em Cabo Verde , está-se a viver uma degradação da liberdade da imprensa, sim. Ninguém pode, em boa verdade, dizer que não tem havido ameaças a esse bem maior da democracia e das sociedades modernas. Acontece, porém, que o jornalista cabo-verdiano tem sabido existir e coexistir com essa realidade nua e crua, porque a liberdade de imprensa sempre esteve ou foi ameaçada”, sublinhou.
Arminda Barros lembrou que jornalistas correm sempre o risco de serem alvo de assédio e tentativas de manipulação, coerção, entre outras partidas.
“Mas têm que saber resistir porque não podem ser agentes do politicamente correto e trabalhar sem margens para questionar os poderes e o governo em nome do interesse público, criticar ou denunciar desmandos contra os interesses dos cidadãos”, frisou.
Ao presidir à abertura da conferência, o ministro cabo-verdiano da Cultura e Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que tutela também o setor da Comunicação Social, realçou a importância do 03 de maio e da liberdade de imprensa.
Sugeriu uma postura ética e deontológica aos jornalistas nacionais no exercício da sua profissão.
Além do papel de jornalista conciliador com a sociedade de paz, o governante referiu ainda a implementação de políticas públicas para o setor, com destaque para incentivos a jornais online.
Anunciou que o governo vai criar, em parceria com a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), um centro para a especialização de jornalistas.
Abraão Vicente fez questão de vincar que “a imprensa é livre no país”, realçando que Cabo Verde deve orgulhar-se da posição que ocupa no ranking mundial de liberdade de imprensa.
“Cabo Verde pode gabar-se de não ter casos de violação ou de perseguição contra jornalistas. Cabo Verde pode sentir-se orgulhoso da ampla liberdade de ação e de trabalho entre outros temas. Em Cabo Verde, não existem temas tabus. Não existem condicionamentos. Não existe qualquer tipo de cerceamento com a liberdade dos órgãos que tratam qualquer tema ou assunto que esteja na sua pauta editorial”, defendeu o ministro.
-0- PANA CS/DD 04maio2018