PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Sindicato cabo-verdiano cancela greve por “suborno e corrupção sindical”
Praia, Cabo Verde (PANA) – A Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) anunciou esta segunda-feira, na cidade da Praia, o cancelamento da greve geral convocada para 29 e 30 de abril corrente, alegando ter havido “suborno e corrupção sindical”.
A PANA apurou de fonte sindical na capital cabo-verdiana que a "intimidação aos trabalhadores para não participarem nestas jornadas de luta contra o Governo" é outra razão invocada pela CCSL para cancelar a greve.
O presidente da CCSL, José Manuel Vaz, disse em conferência de imprensa que o Secretariado Permanente da central sindical, depois de uma análise aprofundada e aturada de diversos “fenómenos anormais” verificados ultimamente em Cabo Verde, decidiu pelo adiamento da greve, por tempo indeterminado.
Pelas mesmas razões, a central sindical optou igualmente pela suspensão da manifestação nacional, marcada para o 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador.
José Manuel Vaz aponta como “fenómenos anormais” a cedência, em proveito próprio, pelo Governo, à outra central sindical (UNTC-CS) de prédios e edifícios do Estado nas cidades da Praia e do Mindelo, o que o sindicalista considera “um ato de suborno e corrupção sindical”.
O líder da segunda central sindical cabo-verdiana considera que foi por esta razão que o Governo “conseguiu dividir os trabalhadores cabo-verdianos”, ao levar a UNTC-CS a posicionar-se contra a greve convocada pela CCSL.
José Manuel Vaz disse ainda que, nos últimos dias, assistiu-se a “violentas declarações de intimidação, de perseguição e de ameaças de despedimento aos trabalhadores casos aderissem à greve.
Neste particular, o sindicalista apontou o dedo aos presidentes das Câmaras de Comércio, Indústria de Serviços de Barlavento e Sotavento, as duas maiores organizações do patronato cabo-verdiano.
Mencionou também o facto de se ter verificado “deslocações em massa” dos membros do Governo a quase todas as ilhas e concelhos do arquipélago para se reunirem com os diversos setores de atividades, “ameaçando os trabalhadores de despedimento.
“Isso lançou pânico e sentimento de medo generalizado e de insegurança no seio dos trabalhadores”, precisou José Manuel Vaz, que acusou ainda o Governo de, numa “tentativa desesperada”, ter lançado mão, à última hora para, da substituição apressada dos presidentes dos conselhos de administração de algumas empresas e institutos públicos.
O líder da CCSL aponta como outra “tática”, adotada pelo Governo para impedir a greve, o “aliciamento” dos trabalhadores com o desbloqueio de algumas centenas de progressões e classificações, situações em que era mais visível o descontentamento sobretudo nos casos dos professores.
Apesar de a greve e a manifestação terem sido adiados, José Manuel Vaz garantiu que a CCSL não vai baixar os braços nas suas reivindicações, que passam, nomeadamente, pelo aumento salarial, na ordem dos cinco porcento; pelo pagamento das promoções, das progressões, das reclassificações e do subsídio pela não redução da carga horária.
As exigências do CCSL incluem ainda o pagamento das horas extraordinárias e a devolução do Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR) de 2008 a 2012.
Os observadores consideram que, com esta decisão, a CCSL acaba por dar razão à UNTC-CS, que, desde o início, considerou que não havia razões para a realização de uma greve geral numa altura em que estão em curso negociações, que se prolongam até 06 de maio próximo.
Estas negociações decorrem no quadro de uma comissão tripartida (Governo, patronato e sindicatos) para tentar ultrapassar as divergências que os separam em relação a algumas questões laborais.
O secretário-geral da UNTC-CS, Júlio Ascensão Silva, lembrou que no âmbito do acordo alcançado a 06 de março último, na reunião do Conselho de Concertação Social, foi criada uma comissão para negociar, em dois meses, propostas para a revisão do Código Laboral e a criação do subsídio de desemprego, num prazo que termina uma semana após a data inicial marcada pela CCSL para a greve geral.
-0- PANA CS/IZ 28abril2014
A PANA apurou de fonte sindical na capital cabo-verdiana que a "intimidação aos trabalhadores para não participarem nestas jornadas de luta contra o Governo" é outra razão invocada pela CCSL para cancelar a greve.
O presidente da CCSL, José Manuel Vaz, disse em conferência de imprensa que o Secretariado Permanente da central sindical, depois de uma análise aprofundada e aturada de diversos “fenómenos anormais” verificados ultimamente em Cabo Verde, decidiu pelo adiamento da greve, por tempo indeterminado.
Pelas mesmas razões, a central sindical optou igualmente pela suspensão da manifestação nacional, marcada para o 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador.
José Manuel Vaz aponta como “fenómenos anormais” a cedência, em proveito próprio, pelo Governo, à outra central sindical (UNTC-CS) de prédios e edifícios do Estado nas cidades da Praia e do Mindelo, o que o sindicalista considera “um ato de suborno e corrupção sindical”.
O líder da segunda central sindical cabo-verdiana considera que foi por esta razão que o Governo “conseguiu dividir os trabalhadores cabo-verdianos”, ao levar a UNTC-CS a posicionar-se contra a greve convocada pela CCSL.
José Manuel Vaz disse ainda que, nos últimos dias, assistiu-se a “violentas declarações de intimidação, de perseguição e de ameaças de despedimento aos trabalhadores casos aderissem à greve.
Neste particular, o sindicalista apontou o dedo aos presidentes das Câmaras de Comércio, Indústria de Serviços de Barlavento e Sotavento, as duas maiores organizações do patronato cabo-verdiano.
Mencionou também o facto de se ter verificado “deslocações em massa” dos membros do Governo a quase todas as ilhas e concelhos do arquipélago para se reunirem com os diversos setores de atividades, “ameaçando os trabalhadores de despedimento.
“Isso lançou pânico e sentimento de medo generalizado e de insegurança no seio dos trabalhadores”, precisou José Manuel Vaz, que acusou ainda o Governo de, numa “tentativa desesperada”, ter lançado mão, à última hora para, da substituição apressada dos presidentes dos conselhos de administração de algumas empresas e institutos públicos.
O líder da CCSL aponta como outra “tática”, adotada pelo Governo para impedir a greve, o “aliciamento” dos trabalhadores com o desbloqueio de algumas centenas de progressões e classificações, situações em que era mais visível o descontentamento sobretudo nos casos dos professores.
Apesar de a greve e a manifestação terem sido adiados, José Manuel Vaz garantiu que a CCSL não vai baixar os braços nas suas reivindicações, que passam, nomeadamente, pelo aumento salarial, na ordem dos cinco porcento; pelo pagamento das promoções, das progressões, das reclassificações e do subsídio pela não redução da carga horária.
As exigências do CCSL incluem ainda o pagamento das horas extraordinárias e a devolução do Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR) de 2008 a 2012.
Os observadores consideram que, com esta decisão, a CCSL acaba por dar razão à UNTC-CS, que, desde o início, considerou que não havia razões para a realização de uma greve geral numa altura em que estão em curso negociações, que se prolongam até 06 de maio próximo.
Estas negociações decorrem no quadro de uma comissão tripartida (Governo, patronato e sindicatos) para tentar ultrapassar as divergências que os separam em relação a algumas questões laborais.
O secretário-geral da UNTC-CS, Júlio Ascensão Silva, lembrou que no âmbito do acordo alcançado a 06 de março último, na reunião do Conselho de Concertação Social, foi criada uma comissão para negociar, em dois meses, propostas para a revisão do Código Laboral e a criação do subsídio de desemprego, num prazo que termina uma semana após a data inicial marcada pela CCSL para a greve geral.
-0- PANA CS/IZ 28abril2014