Serviços em Cabo Verde com quebra de 50,6% no volume de negócios
Praia, Cabo Verde (PANA) – O setor dos serviço em Cabo Verde teve, no segundo trimestre deste ano, uma quebra de 50,6 por cento no volume de negócios quando comparado com igual período de 2019.
Esta quebra foi motivada essencialmente pela crise económica resultante da pandemia da covid-19, apurou a PANA terça-feira, na cidade da Praia.
De acordo com os Indicadores da Atividade do Setor de Serviços (IASS), divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), além desta quebra no volume de negócios, também os índices de emprego a tempo integral e total registaram variações homólogas de -22,6% e -23,9%, respetivamente.
"As secções de comércio por grosso e a retalho; a reparação de veículos automóveis e motociclos, transportes e armazenagem e de alojamento e restauração apresentaram contributos mais relevantes para a variação do índice agregado (-24,0, -6,5 e -15,6 pontos percentuais), em resultado de diminuições de 38,9%, 69,3% e 94,4% respetivamente”, indicam os dados dos IASS.
Os mesmos dados sublinham que “as restantes secções apresentam uma contribuição de -4,6 pontos percentuais para a variação do índice".
A descer esteve também o índice de remunerações brutas que, segundo avançam os IASS, "teve uma diminuição de 25,4% termos homólogos".
Os IASS têm por finalidade proporcionar indicadores de evolução a curto prazo em termos nominais, isto é, a preços correntes da atividade das empresas do setor dos serviços mercantis não financeiros.
Para além do volume de negócios, os Indicadores de Atividades do Sector Serviços, que excluem os serviços financeiros e seguros e atividades imobiliárias, avaliam também as variáveis do emprego e renumerações.
A economia cabo-verdiana é orientada para os serviços, sendo que o comércio, o transporte, o turismo e os serviços públicos representam cerca de 3/4 do PIB[1].
Apesar de quase 70% da população viver na zona rural, a agricultura e a pecuária são pouco desenvolvidas e têm pequena participação no PIB.
O país tem anualmente um grande déficit comercial, financiado pela ajuda internacional e pelos muitos emigrantes espalhados pelo mundo, que contribuem com remessas financeiras que suplementam o PIB em mais de 20 por cento.
Nos últimos anos, o turismo vem sendo uma das principais fontes de receitas do país, contribuindo com mais de 20 por cento do PIB de Cabo Verde.
-0- PANA CS/IZ 29set2020