PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Senegaleses manifestam-se contra "Monumento da Renascença Africana"
Dakar- Senegal (PANA) -- Milhares de Senegaleses saíram este sábado à rua, na capital do país, Dakar, para protestar contra o polémico "Monumento da Renascença Africana" a ser inaugurado no mesmo dia à tarde pelo Presidente Abdoulaye Wade na presença de vários estadistas estrangeiros, constatou a PANA no local.
Numa iniciativa da coligação Benno Siggil Senegal (BSS), que agrupa os principais partidos da oposição radical senegalesa e cujos líderes destacaram- se entre os manifestantes, a marcha iniciou-se por volta do meio dia, quase três horas acima do horário incialmente programado.
Moustapha Niasse e Macky Sall, antigos primeiros-ministros de Wade, estiveram entre os políticos da oposição presentes na marcha ao lado do ex-candidato presidencial Ousmane Tanor Dieng, actual secretário-geral do principal partido da oposição, o Partido Socialista (PS), do primeiro Presidente senegalês Léopold Sédar Senghor e que dirigiu o país de 1960 a 2000.
A manifestação ficou quase inviabilizada à hora marcada para o seu arranque (09:00 horas locais e TMG) devido a uma intervenção das forças da ordem que, com base numa interdição decretada pelo prefeito de Dakar na véspera, detiveram os primeiros manifestantes a sair à rua.
Porém, segundo fontes bem informadas, a pressão imposta pela determinação dos líderes, militantes e apoiantes da Benno Siggil Seggal de ir avante obrigou o chefe de Estado, Abdoulaye Wade, a intervir pessoalmente para anular a proibição prefeitoral, deixando assim o caminho livre para a manifestação prosseguir o seu itineirário e com a protecção da Polícia.
Para além de protestar contra a inauguração da estátua encomendada pelo Presidente Wade, os manifestantes exigem também a partida deste último da chefia do Estado que ele assegura desde a sua eleição em 2000 e reeleição em 2007 e cujo actual mandato termina com as eleições presidenciais de 2012.
Desde o anúncio no mês passado da sua intenção de lançar a marcha pelas ruas de Dakar contra o Monumento da Renascença Africana, os vários dirigentes da BSS sempre proclamaram a sua determinação de ir avante mesmo sem a autorização das autoridades administrativas.
Eles sempre prometeram que a manifestação teria lugar na data e hora previstas "com ou sem autorização" das autoridades governamentais e apesar das ameaças do movimento juvenil do partido no poder de tudo fazer para a inviabilizar.
De acordo com um dos seus porta-vozes, Youssou Mbow, a BSS preparou-se bastante para enfrentar todas as consequências da sua iniciativa que, para ela, representa o exercício de um direito constitucionalmente consagrado.
"A Constituição (do país) autoriza todo o Senegalês que tenha algo a dizer a manifestar-se sem pedir autorização, bastando simplesmente informar por escrito à autoridade competente, três dias antes da data da marcha", esclareceu Youssou Mbow, presidente da Comissão de Comunicação da BSS.
A escultura em causa foi erguida por especialistas coreanos sobre uma colina à marginal de Dakar, envolvendo obras estimadas em cerca de 14 biliões de francos CFA (quase 30 milhões de dólares americanos).
O Governo dedicou uma atenção muito especial aos preparativos da sua cerimónia de inauguração, pelo Presidente Wade, no quadro das festividades do 50º aniversário da independência nacional a comemorar-se a 4 de Abril corrente, na presença de muitos ilustres convidados estrangeiros.
Foram convidados vários estadistas africanos e outras ilustres figuras, para além de uma centena de artistas culturais do continente e outros para animar concertos, exposições, projecções de filmes, teatro e outros espectáculos.
Trata-se duma estátua em cobre representada por um homem carregando consigo uma criança no seu braço esquerdo enquanto segura uma mulher com a outra mão e todos virados para o Oceano Atlântico.
Para o Presidente Wade, seu promotor, o monumento representa "uma África que se liberta de todas as formas de dominação para entrar num mundo novo".
Mas os seus críticos questionam a sua utilidade, oportunidade e conformidade com a doutrina islâmica, considerando-o um desperdício de fundos públicos.
No entender destes críticos, o projecto foi apenas uma forma de esbanjar e desviar os dinheiros públicos para satisfazer interesses pessoais ao mais alto nível do Estado num país altamente pobre com sérios problemas básicos e prioritários.
"É realmente inadmissível injectar uma soma tão colossal para edificar uma estátua que representa uma vergonha para toda a nação senegalesa, enquanto outras prioridades como a saúde, a agricultura ou a educação podiam beneficiar desses biliões", sentencia um líder religioso.
Num artigo publicado na imprensa local, este último diz que prefere chamar a estátua de "monumento do esbanjamento" e considera a sua edificação uma heresia contra a religião muçulmana que "proíbe a escultura da imagem de um ser vivo".
Numa iniciativa da coligação Benno Siggil Senegal (BSS), que agrupa os principais partidos da oposição radical senegalesa e cujos líderes destacaram- se entre os manifestantes, a marcha iniciou-se por volta do meio dia, quase três horas acima do horário incialmente programado.
Moustapha Niasse e Macky Sall, antigos primeiros-ministros de Wade, estiveram entre os políticos da oposição presentes na marcha ao lado do ex-candidato presidencial Ousmane Tanor Dieng, actual secretário-geral do principal partido da oposição, o Partido Socialista (PS), do primeiro Presidente senegalês Léopold Sédar Senghor e que dirigiu o país de 1960 a 2000.
A manifestação ficou quase inviabilizada à hora marcada para o seu arranque (09:00 horas locais e TMG) devido a uma intervenção das forças da ordem que, com base numa interdição decretada pelo prefeito de Dakar na véspera, detiveram os primeiros manifestantes a sair à rua.
Porém, segundo fontes bem informadas, a pressão imposta pela determinação dos líderes, militantes e apoiantes da Benno Siggil Seggal de ir avante obrigou o chefe de Estado, Abdoulaye Wade, a intervir pessoalmente para anular a proibição prefeitoral, deixando assim o caminho livre para a manifestação prosseguir o seu itineirário e com a protecção da Polícia.
Para além de protestar contra a inauguração da estátua encomendada pelo Presidente Wade, os manifestantes exigem também a partida deste último da chefia do Estado que ele assegura desde a sua eleição em 2000 e reeleição em 2007 e cujo actual mandato termina com as eleições presidenciais de 2012.
Desde o anúncio no mês passado da sua intenção de lançar a marcha pelas ruas de Dakar contra o Monumento da Renascença Africana, os vários dirigentes da BSS sempre proclamaram a sua determinação de ir avante mesmo sem a autorização das autoridades administrativas.
Eles sempre prometeram que a manifestação teria lugar na data e hora previstas "com ou sem autorização" das autoridades governamentais e apesar das ameaças do movimento juvenil do partido no poder de tudo fazer para a inviabilizar.
De acordo com um dos seus porta-vozes, Youssou Mbow, a BSS preparou-se bastante para enfrentar todas as consequências da sua iniciativa que, para ela, representa o exercício de um direito constitucionalmente consagrado.
"A Constituição (do país) autoriza todo o Senegalês que tenha algo a dizer a manifestar-se sem pedir autorização, bastando simplesmente informar por escrito à autoridade competente, três dias antes da data da marcha", esclareceu Youssou Mbow, presidente da Comissão de Comunicação da BSS.
A escultura em causa foi erguida por especialistas coreanos sobre uma colina à marginal de Dakar, envolvendo obras estimadas em cerca de 14 biliões de francos CFA (quase 30 milhões de dólares americanos).
O Governo dedicou uma atenção muito especial aos preparativos da sua cerimónia de inauguração, pelo Presidente Wade, no quadro das festividades do 50º aniversário da independência nacional a comemorar-se a 4 de Abril corrente, na presença de muitos ilustres convidados estrangeiros.
Foram convidados vários estadistas africanos e outras ilustres figuras, para além de uma centena de artistas culturais do continente e outros para animar concertos, exposições, projecções de filmes, teatro e outros espectáculos.
Trata-se duma estátua em cobre representada por um homem carregando consigo uma criança no seu braço esquerdo enquanto segura uma mulher com a outra mão e todos virados para o Oceano Atlântico.
Para o Presidente Wade, seu promotor, o monumento representa "uma África que se liberta de todas as formas de dominação para entrar num mundo novo".
Mas os seus críticos questionam a sua utilidade, oportunidade e conformidade com a doutrina islâmica, considerando-o um desperdício de fundos públicos.
No entender destes críticos, o projecto foi apenas uma forma de esbanjar e desviar os dinheiros públicos para satisfazer interesses pessoais ao mais alto nível do Estado num país altamente pobre com sérios problemas básicos e prioritários.
"É realmente inadmissível injectar uma soma tão colossal para edificar uma estátua que representa uma vergonha para toda a nação senegalesa, enquanto outras prioridades como a saúde, a agricultura ou a educação podiam beneficiar desses biliões", sentencia um líder religioso.
Num artigo publicado na imprensa local, este último diz que prefere chamar a estátua de "monumento do esbanjamento" e considera a sua edificação uma heresia contra a religião muçulmana que "proíbe a escultura da imagem de um ser vivo".