Agência Panafricana de Notícias

Senegal marca eleições presidenciais para 15 de dezembro de 2024

Dakar, Senegal (PANA) - As eleições presidenciais realizar-se-ão a 15 de dezembro de 2024, depois de previstas para 5 de fevereiro corrente, soube a PANA de fonte oficial.

O adiamento das mesmas para 15 de dezembro do ano em curso consta de um projeto-de-lei aprovado segunda-feira última por deputados da maioria presidencial e da coligação Wallu (oposição), segundo a mesma fonte.

Este projeto-de-lei foi adotado sem debate sob a supervisão dos gendarmes depois de opositores terem bloqueado a sessão plenária durante mais de uma hora e não terem comparecido na votação.

Esta mudança no calendário levanta várias questões relativas, em particular, ao mandato do Presidente senegalês cessante, Macky Sall, que terminará oficialmente o seu segundo mandato a 2 de abril próximo.

A agora aprovada lei, que dispensa o disposto no artigo 31.º da Constituição, confere também ao atual Presidente da República o direito de continuar as suas funções até ao emposse do seu sucessor.

O projeto-de-lei muito polémico vem dos parlamentares do Partido Democrático Senegalês (PDS), cujo candidato, Karim Wade, foI declarado inadmissível pelo Conselho Constitucional devido à sua dupla nacionalidade, francesa e senegalesa.

Segue-se uma resolução adotada pela Assembleia Nacional com vista à criação de uma comissão parlamentar de inquérito destinada a esclarecer alegadas acusações de corrupção e conflitos de interesses dirigidas a determinados membros do Conselho Constitucional.

Estas acusações foram feitas pelo Partido Democrático Senegalês, do ex-Presidente senegalês Abdoulaye Wade (2000-2012).

Os deputados do grupo Liberdade e Democracia beneficiaram dos votos dos deputados da maioria presidencial, Benno Bok Yaakar (BBY), para aprovar esta resolução.

“Trata-se simplesmente de um golpe de Estado constitucional, orquestrado pelo regime no poder, em cumplicidade com a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Austral), e a União Europeia”, indignou-se por seu lado o presidente do grupo parlamentar da coligação Yewwi Askan Wi (oposição), Biram Souleye Diop.

-0- PANA APS JSG/MAR/DD 6fev2024