Senegal e Gâmbia únicos presentes na posse de Sissoco Embaló
Luanda, Angola (PANA) – O Senegal e a Gâmbia foram os únicos países estrangeiros representados, quinta-feira, na cerimónia de investidura “simbólica” de Umaro Sissoco Embaló como "Presidente" da Guiné-Bissau.
A posse foi conferida pelo primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento), Nuno Gomes Nabian, um dos candidatos que apoiaram Embaló na segunda volta do as eleições presidenciais.
No seu discurso, o “novo Presidente” prometeu refundar o Estado guineense através da “promoção do patriotismo, competência, altruísmo e realizações que os cidadãos não vêem após 47 anos da independência”.
Anunciou uma nova era para a Guiné-Bissau "de dignidade, paz e progresso para todos os guineenses" que considerou como "povo heróico, nobre e honrado".
Volvidos 47 anos desde a independência, disse, a Guiné-Bissau passou por situações que conduziram "à tragédia coletiva", ao ponto de o país ter esta quinta-feira "piores escolas, piores hospitais e piores infraestruturas".
Apontado como vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o candidato que se assume como elemento da 'geração de concreto', propõe refundar o Estado e as suas instituições, a começar no setor da Justiça, para acabar com o “banditismo político”, e a administração pública, onde “grassa a corrupção”.
Exortou os Guineenses a "baixarem as armas", a partir desta quinta-feira, garantindo que será o “Presidente de todos os cidadãos” e alguém que estará na linha da frente para a credibilização da imagem externa do país.
A seguir à cerimónia de tomada de posse, que decorreu numa unidade hoteleira da capital guineense, Bissau, Embaló, já com a faixa presidencial, seguiu, acompanhado pelo Presidente cessante, José Mário Vaz, para o Palácio da Presidência, no centro da cidade.
Foi então feita uma nova cerimónia de transferência de poderes, após a qual o Presidente cessante, que também apoiou Embaló na segunda volta, abandonou o Palácio Presidencial, no centro de Bissau, onde milhares de apoiantes deste último Embaló festejavam.
Para o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes esta tomada de posse simbólica é "um golpe de Estado" com o patrocínio do Presidente cessante do país, José Mário Vaz.
Por seu turno, presidente do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, que conforme a lei do país é quem concede a posse ao Presidente eleito, demarcou-se da cerimónia, alegando aguardar pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça ao recurso interposto pelo candidato derrota Domingos Simões Pereira, por irregularidades e fraude eleitoral.
-0- PANA IZ 28fev2020