Agência Panafricana de Notícias

Seis mil crianças soldados em confrontos na República Centroafricana, diz ONU

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – Mais de seis mil crianças soldados estariam implicadas no conflito na República Centroafricana (RCA) e o seu número aumenta cada vez mais, devido aos confrontos entre diferentes comunidades, denunciam a Organização das Nações Unidas (ONU).

"Os recrutamentos se fazem em todos os lados, com base nos fatores como a pobreza, o desespero, um desejo de vingança e geralmente as crianças não têm escolha, enquanto relatórios mencionam a utilização de raparigas como escravas sexuais », declarou sábado a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Marixie Mercado.

Marixie Mercado indica que esforços foram envidados pela sua agência para obter a libertação de todas as crianças-soldados, das quais 23, dos 14 a 17 anos de idade, foram largadas quinta-feira última por um grupo armado na capital, Bangui, e que outras poderão ser soltas nos próximos dias.

A porta-voz do UNICEF afirma que estas libertações se realizam na sequência dum acordo entre responsáveis da ONU e as autoridades de transição na RCA, para favorecer o acesso às bases militares, para que as crianças da ex-coligação Seleka/Forças Nacionais sejam entregues aos atores da proteção infantil.

Crianças, das quais seis raparigas, foram recuperadas na base militar e entregues ao Centro de Orientação e Trânsito administrado pelo UNICEF que, com os seus parceiros, obtiveram, desde maio último, a libertação de 229 crianças de diferentes grupos armados na RCA.

"O número de crianças-soldados aumentou de forma considerável, devido à escalada dos confrontos e à emergência de grupos de autodefesa, como os anti-Balaka, passando de dois mil antes da atual série de violência para mais de seis mil ", declarou a porta-voz do UNICEF.

Ao mesmo tempo, o Programa Alimentar Mundial (PAM) relata que a insegurança constitui um obstáculo aos movimentos de caravanas para além de Bangui, pois, frisou, nenhum camião chegou a Bozoum nestes últimos 15 dias.

No entanto, segundo a porta-voz do PAM, Elisabeth Byrs, "após atrasos persistentes devidos aos confrontos e aos obstáculos nos pontos de controlo, o PAM conseguiu finalmente, a 14 de janeiro corrente, enviar quatro camiões para Bossangoa ».

-0- PANA AA/SEG/MTA/SSB/FK/DD 19jan2014