Agência Panafricana de Notícias

Secretário-Geral da ONU preocupado com situação na Guiné-Bissau

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon declarou-se "gravemente preocupado" com a intransigência da junta no poder na Guiné-Bissau, enquanto a comunidade internacional pede o restabelecimento imediato dum Governo civil e a situação socioeconómica está a deteriorar-se no país.

«Toda a comunidade internacional espera o regresso rápido à ordem constitucional e o prosseguimento dos programas de reforma essenciais », disse Ban no seu último relatório especial diante do Conselho de Segurança da ONU consagrado à situação neste país da África Ocidental.

O Secretário-Geral da ONU sublinhou a importância do compromisso da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de encontrar uma solução para esta crise.

Ele pediu igualmente aos atores nacionais para se envolverem no processo de mediação liderado pela CEDEAO para encontrar uma solução duradoura.

« Eu encorajo os parceiros internacionais da Guiné-Bissau a manter o seu compromisso a longo prazo no país para apoiar o povo da Guiné-Bissau a realizar o objetivo a médio e longo prazos de resolução das causas subjacentes da crise atual », disse Ban.

« Peço com insistência que o programa de reforma do setor da segurança seja aplicado imediatamente », acrescentou.

Durante a sua cimeira extraordinária consagrada ao Mali e à Guiné-Bissau quinta-feira em Dakar, no Senegal, os líderes da CEDEAO insistiram na execução dum programa de transição de 12 meses para a Guiné-Bissau e apresentaram um plano pormenorizado que culminará na eleição dum Presidente.

O plano prevê a eleição dum novo presidente da Assembleia Nacional que assumirá depois as funções de Presidente interino, ao passo que um primeiro-ministro de consenso será designado para dirigir um Governo alargado durante a transição.

O Exército da Guiné-Bissau, um país cuja história é marcada por golpes de Estado, má governação e instabilidade política desde a sua ascensão à independência de Portugal em 1974, tomou o poder a 12 de abril.

Este golpe de Estado foi perpetrado durante a campanha da segunda volta para as eleições presidenciais que estava prevista para 29 de abril último entre o primeiro-ministro cessante, Carlos Gomes Júnior, e o antigo Presidente Kumba Yalá.

-0- PANA AA/SEG/NFB/JSG/IBA/FK/TON 05maio2012