Agência Panafricana de Notícias

Secretário-Geral da ONU condena ataque ocorrido no Egito

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou o ataque terrorista mortal perpetrado terça-feira contra as instalações da Polícia em Mansoura, no Egito, e exprimiu a sua preocupação face à deterioração dos direitos humanos e do clima político no país.

O ataque fez pelo menos 15 mortos e vários feridos, indica-se.

Num comunicado transmitido quarta-feira à PANA, em Nova Iorque, Ban sublinha que nenhuma causa pode justificar tais atos de terrorismo e pede que os seus mandantes sejam julgados em tribunal.

Ele declarou-se igualmente chocado com a situação de deterioração dos direitos humanos e do clima político no país, notando que sob a nova lei controversa de regulação das manifestações, três grandes militantes da democracia e dos direitos humanos foram condenados a três anos de prisão domingo último, e que as autoridades egípcias lançaram na semana passada um ataque contra uma organização de defesa dos direitos humanos.

« O Secretário-Geral considera estas ações de restrição do espaço político egípcio contrárias ao espírito da revolução egípcia, de há cerca de dois anos, quando apelos a favor da liberdade e da democracia motivaram os egípcios a sair às ruas, com coragem e resolução », acrescenta o comunicado.

Lembra que as autoridades egípcias reiteraram o seu compromisso de realizar um referendo sobre a proposta de Constituição que será seguido de eleições parlamentares e presidenciais.

Neste sentido, o responsável da ONU lembrou igualmente às autoridades egípcias que a liberdade de associação e de expressão é essencial para eleições credíveis.

« O Secretário-Geral apelou aos Egípcios para encontrar um entendimento e um novo consenso em torno da transição bem como no que diz respeito à necessidade duma inclusão política e dum julgamento conforme para as pessoas em detenção », acrescenta o comunicado.

O Egito está a seguir uma transição democrática desde a destituição do Presidente Hosni Mubarak na sequência dos protestos em massa da população, há dois anos.

Em julho último, novos protestos que provocaram vários mortos e de feridos levaram o Exército egípcio a destituir o Presidente Mohamed Morsi.

A Constituição foi então suspensa e um Governo interino instalado.

-0- PANA AA/VAO/BSE/AAS/SOC/FK/IZ 26dez2013