Sarauís protestam perto de instalações do chefe de Polisário em Tindufe
Dakar, Senegal (PANA) - Jovens e mulheres manifestam-se regularmente, nos últimos tempos, perto das instalações do chefe da frente Polisário, Brahim Ghali, para protestarem contra a sua situação social nos campos de refugiados de Tindufe, no oeste da Argélia, noticiou um website marroquino, "Le 360".
No seu ímpeto, eles provocam incêndios perto das infraestruturas supramencionadas, e, por conseguinte, numerosos deles foram detidos e levados à cadeia de Dheibia, indica a fonte.
As mulheres foram violentadas de maneira selvagem por agentes da Polisário, e as suas tendas desmanteladase, revelou a fonte.
Estas vítimas, entre as quais algumas gravemente feridas, protestavam pacificamente contra a detenção, na noirte de segunda-feira última, 29 de maio, de vários jovens, dos quais membros de uma mesma família.
Acusados de estar relacionados com um incêndio de deflagrou na noite da terça-feira última, em locais pertencentes à Polisário, no campo de Smara (Tindufe), estes jovens foram colocados em detenção na cadeia de Dhaibia, na mesma região.
Segundo o website "Le 360", que cita fontes contactadas, elementos da Brigada de Intervenção Rápida (BIR), sob a tutela da Gendarmaria da Polisario, apoiados por mulheres a mando da direção da polícia civil, efetuaram uma operação brutal, na manhã de terça-feira última, 30 de maio de 2023, contra um grupo de mulheres de origem de uma tribo, chamada Rquibat Souaâd, que montou uma tenda de manifestação diante do Secretariado Geral da Polisário em Rabouni (campo de refugiados), desmantelando a dita tenda.
Esta manifestação segue-se a uma campanha de detenção contra uma dúzia de pessoas pertencentes ao mesmo clã, das quais Didi Mohamed Souid, Mohamed Malaainine Souid, Abdelhay Limam Jouli, Banna Ould Bougrine, Ould Zobeir Ould Maatala, Aziz Ould Hmetou Ould Maatala, Ould Abreir, Khalihenna Ould Jouli Ould Nane, Hossein Ould Sidi Moussa, Moulay Ould Malaainine Souid, Hmetou Ould Maatala, El Ouali Ould Laabadda Ould Khatri Ould Fahfou.
Trata-se de sarauís dos campos de refugiados detidos na cadeia de Dhaibia, onde a frente Polisário, segundo o "Le 360", tem o hábito, desde os anos de 1980, fazer desaparecer seus adversários internos.
Nesta prisão, situada fora dos campos de Lahmada, poços exíguos, sombrios e profundos servem de células.
A tensão pode aumentar nos campos de Lahmada, onde apelos de levantamento foram lançados terça-feira últoma nas redes sociais, exigindo "o recurso a armas, se for preciso" para se defender contra a violenta repressão de milícias de Brahim Ghali.
Desde a detenção, pela Polisário, e o desaparecimento, a 4 de maio último, de Mohamed Salem Souid, um sarauí de nacionalidade espanhola (supracitado), manifestações e atos de violência nunca diminuíram nos campos de Tindufe, onde o clã do desaparecido exige a sua imediata libertação.
A frente Polisário é um movimento armado sarauí que reivindica a soberania do Sará Ocidental a Marrocos que o anexou ao seu território, logo depois do seu abandono em 1975 pela Espanha, a então potência colonial.
O movimento armado sarauí tem como retaguarda Tindufe, na Argélia, que lhe dá um apoio logístico e militar para guerrear contra Marrocos, o que, desde então, deteriorou as relações diplomáticas entre os dois países.
-0- PANA AD/IN/JSG/DD 01junho2023
