Agência Panafricana de Notícias

São Tomé e Príncipe inteira-se da experiência de Cabo Verde como país de rendimento médio

Praia, Cabo Verde (PANA) - São Tomé e Príncipe quer "beber" da experiência cabo-verdiana no processo de graduação a país de rendimento médio, obtida em 2007, declarou terça-feira a ministra são-tomense dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Edite Ramos da Costa Tem-Jua.

A governante falava à imprensa, após reunir-se com o seu homólogo cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, no início de uma visita oficial de três dias a Cabo Verde.

Ela manifestou igualmente o interesse do seu país pela forma como as autoridades cabo-verdianas tem lidado com o impacto da crise pandémica no turismo.

"Nós somos ambos países insulares, fomos ambos fortemente afetados pela questão da pandemia, na medida em que o turismo é algo extremamente importante para os nossos dois países, e temos de beber aqui da experiência de Cabo Verde", afirmou a chefe da diplomacia santomense.

Segundo ela, São Tomé também aspira a ser um país de rendimento médio, e está neste momento a fazer o seu processo de graduação que Cabo Verde já o fez.
 

« E naturalmente que vimos aqui também para conversar sobre esta matéria", acrescentou a ministra.

Edite Ramos da Costa Tem-Jua destacou que, nos últimos anos, os dois países avançaram com acordos e reforço das ligações económicas e para investimento empresarial, sublinhando ao mesmo tempo o passado que os une, ao recordar que dos 220 mil habitantes de São Tomé e Príncipe, 40 mil são de origem cabo-verdiana.

"É um número significativo e, quando nós temos uma comunidade desta natureza, é necessário que nós tenhamos a oportunidade de periodicamente conversarmos sobre o interesse dessas mesmas comunidades", justificou a propósito da visita a Cabo Verde.

Afirmou que esta visita constitui uma oportunidade para, se for possível, « estreitarmos ainda mais estes laços de amizade, de cooperação e gizarmos os diferentes setores, as áreas em que ainda é possível fazer mais e melhor".

Segundo Rui Figueiredo Soares, esse reforço da relação pode envolver, do lado de Cabo Verde, áreas como saúde, educação, tecnologias da informação e comunicação, indústria farmacêutica ou indústria transformadora, recordando o governante os vários acordos bilaterais e os protocolos entre as câmaras de comércio dos dois países já assinados e que "devem ser executados".

"E reforçar este diálogo político entre Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Por exemplo na assistência que Cabo Verde poderá dar a São Tomé e Príncipe no processo de graduação a país de rendimento médio. Temos aqui amplas áreas de possível comparação entre os nossos dois países", acrescentou o chefe da Diplomacia cabo-verdiana.

Da agenda da governante são-tomense em Cabo Verde fazem parte deslocações a várias empresas na Praia, ilha de Santiago, a qual termina no dia 12 de agosto, com a deslocação à ilha do Sal.

-0- PANA CS/IZ 10ago2021