São Tomé destroi 54 mil doses de vacinas AstraZeneca expiradas
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - As autoridades sanitárias de São Tomé e Príncipe vão destruir 54 mil doses da vacina Astrazeneca cujo prazo de validade termina neste mês de março, anunciou a ministra da Saúde, Filomena Monteiro.
Trata-se de vacinas doadas pelos parceiros internacionais, em dezembro passado, e a sua destruição acontece numa altura em que o Governo "corre contra o tempo" para atingir a meta de 70 por cento da população vacinada, até junho próximo.
São Tomé e Príncipe completou este mês um ano de campanha de vacinação contra a covid-19.
Filomena Monteiro revelou que diligências foram feitas para que países vizinhos e amigos com maior necessidade de vacinas, como Gabão e Angola, pudessem receber a doação, mas que os resultados "foram infrutíferos".
Segundo a governante, os dois países não aceitaram a oferta, tendo em conta o prazo limite de administração das vacinas em causa.
A titular da pasta da Saúde entende que o sistema nacional de saúde falhou na previsão de stock, e atribuiu responsabilidades ao gabinete de vacinação, por não ter feito o diagnostico e a gestão da capacidade de absorção das vacinas contra a covid-19.
“Para um bom gestor, não deveríamos ter recebido as vacinas, tendo em conta o prazo de validade das mesmas. Com 54 mil doses de vacinas em três meses, não iriamos conseguir vacinar as pessoas, uma vez que recebemo-las em dezembro e a validade terminava em março”, indicou.
Filomena Monteiro mostrou-se embaraçada com a situação atual, que no seu entender decorre também da fraca aderência da população por resistência contra a vacinação, e descrença em relação à covid-19.
“Temos que mudar de estratégias. As brigadas fixas de vacinação e os seus agentes passaram a andar de porta em porta para administrarem a vacina”, insistiu.
A ministra recordou que o seu Ministério recebeu várias outras ofertas para de vacinas, mas recusou-as por falta de capacidade do país em absorvê-las.
A campanha de vacinação arrancou no arquipélago de 200 mil habitantes, a 15 de março de 2021, um ano depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado a pandemia da covid-19.
Até agora, já foram vacinadas 195 mil 925 pessoas, com a primeira e segunda doses e a dose de reforço.
Com a primeira dose foram vacinados 93 mil 129 adultos e 18 mil 943 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, ao passo que a segunda dose foi administrada a 69 mil 810 adultos e nove mil 819 adolescentes, e a dose de reforço a quatro mil e 244 adultos.
Atualmente, está em curso a campanha de reforço da vacinação a decorrer em todo o território nacional, de 15 a 31 de março corrente, para permitir que o arquipélago atinja 70 por cento da população até ao final do mês de junho.
A previsão inicial do Governo era que tal percentagem seria obtida este mês.
-0- PANA RMG/IZ 18março2022