São Tomé alarga para 2026 meta de eliminação do paludismo
São Tomé e Príncipe- (PANA) - As autoridades sanitárias de São Tomé e Príncipe admitiram a possibilidade de alargar para 2026 a meta de eliminação do paludismo inicialmente prevista para 2025, "devido a estrangulamentos registados durante a sua implementação".
“Registamos muitos criadores de mosquitos anófeles, em 2021, devido à covid-19 e, durante o período pandémico, deixou-se de colocar larvicidas nas águas paradas”, indicou o coordenador do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo de São Tomé e Príncipe, João Alcântara.
O responsável sanitário, que falava após a revisão do programa de combate à doença para o período 2016-2021, lembrou que o país registou, este ano mil 517 casos de paludismo, mais 900 em relação a 2021.
Trata-se de um aumento significativo”, afirmou Alcântara, quando apresentava o quadro geral sobre a doença na reunião do Comité Consultivo de luta contra o paludismo presidido pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova.
Para as metas traçadas pelo Programa, explicou João Alcântara, o pais deveria registar, em 2021, zero caso autóctone de paludismo.
Trata-se de um retrocesso cuja luta contra a doença "deve ser travada por todos até finais deste ano para tentar inverter a situação”, ressaltou.
A partir de 2006 e 2007, São Tomé e Príncipe deixou de ser uma região mesoendémica (zona de alta transmissão) em que as crianças e as mulheres gravidas são mais suscetíveis contrair o paludismo.
O arquipélago atualmente de 200 mil habitantes é considerado uma das zonas hipoendémicas (de baixa transmissão), perante a qual as crianças menores de cinco anos não são suscetíveis de adoecer.
Criada em 2003, a Comissão Nacional de Luta contra o paludismo é um órgão concultivo que já se reuniu pela quarta vez, sob a presidência do chefe de Estado, Carlos Vila Nova, que reconheceu a necessidade de se alterar a estratégia de luta contra a doença.
“Na elaboração da próxima estratégia, deve-se ter em conta a estratégia de comunicação, para que a população se sinta tocada e envolvida neste processo de luta contra o paludismo que é um problema de todos nós”, afirmou
Por seu turno, primeiro-ministro Jorge Bom Jesus defende a mudança de estratégia de comunicação, para que a estratégia de luta contra a covvid-19 seja igualmente utilizada na luta contra o paludismo.
“Devemos usar as redes socias, ir às escolas, devemos usar todas as formas das redes socias e todas formas tradicionais e temos que inovar na forma de comunicar para que haja mudança de atitude“, ressalvou Bom Jesus, que no seu entender todas as medidas preventivas de qualquer doença são mais baratas do que as curativas.
Em São Tomé e Príncipe, prevê-se ainda este mês o início da vigésima ronda de pulverização intradomicilar, enquanto está em curso, nos distritos de Lembá Lobata e Mé-Zóchi, os mais afetados. a distribuição de 126 mil redes mosquiteiras para proteger a população local contra as picadas dos mosquitos
-0-PANA RMG/IZ 07maio2022