Agência Panafricana de Notícias

SG das Nações Unidas defende ação acrescida contra atrocidades na RCA

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou para a solidariedade e uma ação concertada da ONU e das organizações regionais para ajudar as populações da República Centroafricana (RCA), relata um comunicado da organização universal transmitido sábado à PANA em Nova Iorque.

Este comunicado que foi divulgado na sequência duma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU sobre a cooperação entre as Nações Unidas e as organizações regionais indica que “as Nações Unidas e os seus parceiros regionais estão confrontados com uma necessidade urgente de controlar a situação na RCA".

« As nuvens das astrocidades em massa e de exterminação étnica pairam sobre a República Centroafricana, onde as linchagens públicas, as mutilações e outros atos de violência insuportáveis estão a semear o medo e o caos », sublinha o comunicado.

Contrariado que a paz, a segurança, os direitos humanos, o desenvolvimento e tudo o que a ONU defende e tenta promover esteja a ser violado neste país, Ban Ki-moon observou que todos os Centroafricanos são vítimas desta situação, tanto os muçulmanos como os cristãos.

Nesta ótica, Ban Ki-moon comprometeu-se a fazer todo o seu possível para impedir outras atrocidades e minimizar o risco de divisão deste país. “Devemos doravante agir juntos, devemos agir sem hesitar e devemos agir agora para impedir o pior”, disse.

Prometendo voltar ao Conselho de Segurança na próxima terça-feira com recomendações para o controlo e a erradicação desta crise, Ban Ki-moon indica estar impaciente para discutir sobre o tempo necessário para se pôr termo a estes atos de violência, salvar vidas, proteger os direitos humanos, apoiar o envio de ajuda humanitária e reforçar o comando e o controlo das forças no terreno.

"Será uma oportunidade para consolidar os nossos esforços coletivos, uma possibilidade de mostrar que a cooperação entre a ONU, a União Africana (UA), a União Europeia (UE) e outras organizações pode ajudar o povo centroafricano quando disso precisar", disse.

O Secretário-Geral da ONU pediu o cumprimento das promessas feitas aos Centroafricanos e uma reação enérgica face ao derramamento de sangue. “Não podemos declarar estarmos preocupados com as atrocidades cometidas neste país e substrairmo-nos ao que é preciso realmente fazer para as evitar”, disse Ban Ki-moon.

« O nosso compromisso de proteger os civis só tem sentido se enviarmos uma força política, militar e financeira para os defender. A nossa responsabilidade é clara. Nós devemos colocarmo-nos ao lado do povo centroafricano », insistiu.

Ban Ki-moon feliticou, no entanto, a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a UA pelos seus esforços intensivos para resolver esta crise e para a instalação da Missão Internacional do Apoio à RCA sob a liderança Africana (MISCA).

Ele agradeceu igualmente ao Governo francês pelo envio das suas forças, esperando que as próximas contribuições militares da UE sejam coordenadas com a operação da MISCA.

A reunião do Conselho de Segurança foi presidida pelo ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Linas Linkevicius, que ocupa a presidência rotativa do Conselho para fevereiro.

Milhares de pessoas morreram no conflito na RCA, que eclodiu quando os rebeldes da Séléka essencialmente muçulmanos expulsaram do poder, em dezembro de 2012, o Presidente François Bozizé.

Desde então, os confrontos tomaram um contorno religioso quando milícias essencialmente cristãs, os antibalaka (anti-facão) pegaram em armas.

No total, dois milhões e 500 mil pessoas, ou seja, mais da metade dos quatro milhões e 600 mil habitantes deste país, precisam atualmente de ajuda humanitária.

-0- PANA AA/VAO/FJG/IS/SOC/FK/IZ 16fev2014