PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
SADC pede apoio de Cabo Verde para presidência da Comissão da UA
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) solicitou o apoio de Cabo Verde para a eleição da ex-ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros, Nkosazana Dlamini-Zuma, como presidente da Comissão da União Africana (CUA), soube a PANA de fonte oficial na cidade da Praia.
O pedido foi feito segunda-feira na cidade da Praia ao Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, por uma delegação ministerial tripartida de Angola, da África do Sul e da Namíbia, em nome da SADC.
O pedido consta de uma mensagem enviada pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, na qualidade também de presidente em exercício da SADC, e entregue numa audiência conjunta concedida por Jorge Carlos Fonseca ao secretário de Estado angolano das Relações Exteriores, Rui Mangueira, ao ministro da Segurança do Estado da África do Sul, Slyabonga Cwele, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Namíbia, Utoni Nujoma.
Em declarações prestadas aos jornalistas após a audiência, o chefe de Estado cabo-verdiano disse ter ouvido as razões específicas que recomendaram aos olhos da delegação a eleição de Nkosazana Dlamini-Zuma e que, na altura própria, Cabo Verde estará apetrechado para tomar “uma decisão bem formada sobre o futuro do líder da Comissão da UA”.
No entanto, Jorge Carlos Fonseca voltou a reiterar que o apoio de Cabo Verde depende de vários critérios, entre os quais a capacidade do curriculum e da liderança previsível da UA que deverá ser, a seu ver, “lúcida, inteligente e forte”.
Cabo Verde defende também que a UA terá que ter uma liderança capaz de resolver os problemas, nomeadamente os conflitos que ainda persistem no continente, por exemplo no Mali e na Guiné-Bissau.
Jorge Carlos Fonseca defende ainda que o candidato que vier a ser escolhido por Cabo Verde terá também que fazer da UA uma organização capaz de potenciar o desenvolvimento económico-social e cultural de África.
A Comissão da UA, o secretariado e órgão executivo desta organização continental, encontra-se atualmente sem presidente, devido ao fracasso dos dois principais candidatos, designadamente Jean Ping (cessante) e Nkosazana Dlamini-Zuma que nas eleições realizadas em finais de janeiro último, em Addis Abeba, a capital etíope, durante a última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA, não conseguiram obter a maioria de dois terços necessária ao efeito.
Ping, presidente cessante, concorria para um segundo mandato de quatro anos, com o apoio da maioria dos países da Africa Ocidental, enquanto Dlamini-Zuma era a candidata da África do Sul e de todos os países da SADC.
Na primeira volta Jean Ping conseguiu reunir 28 votos, enquanto Dlamini-Zuma obteve 25 votos.
Na segunda volta, um dos apoiantes de Ping decidiu mudar o seu voto, pelo que o resultado acabou quase num empate, ou seja 27 votos para Jean Ping e 26 votos para Dlamini-Zuma.
Na terceira volta, Ping conseguiu subir para 29 votos, enquanto que Dlamini-Zuma quedou-se em 23 votos. Nesta fase, Dlamini-Zuma foi obrigada a retirar-se em conformidade com os regulamentos da UA.
Contudo, isso não se traduziu na eleição automática de Ping, pois mesmo assim ele tinha que conquistar a maioria de dois terços para ser declarado vencedor, algo que não aconteceu.
Na quarta volta, apesar de Ping ter concorrido sem adversário, ele não conseguiu persuadir 36 Chefes de Estado e de Governo a votarem por ele.
Assim sendo, o processo de eleição do novo Presidente da Comissão da UA vai ser repetido na próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, a ter lugar em Lilongwe, a capital do Malawi, em julho próximo.
-0- PANA CS/DD 30abr2012
O pedido foi feito segunda-feira na cidade da Praia ao Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, por uma delegação ministerial tripartida de Angola, da África do Sul e da Namíbia, em nome da SADC.
O pedido consta de uma mensagem enviada pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, na qualidade também de presidente em exercício da SADC, e entregue numa audiência conjunta concedida por Jorge Carlos Fonseca ao secretário de Estado angolano das Relações Exteriores, Rui Mangueira, ao ministro da Segurança do Estado da África do Sul, Slyabonga Cwele, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Namíbia, Utoni Nujoma.
Em declarações prestadas aos jornalistas após a audiência, o chefe de Estado cabo-verdiano disse ter ouvido as razões específicas que recomendaram aos olhos da delegação a eleição de Nkosazana Dlamini-Zuma e que, na altura própria, Cabo Verde estará apetrechado para tomar “uma decisão bem formada sobre o futuro do líder da Comissão da UA”.
No entanto, Jorge Carlos Fonseca voltou a reiterar que o apoio de Cabo Verde depende de vários critérios, entre os quais a capacidade do curriculum e da liderança previsível da UA que deverá ser, a seu ver, “lúcida, inteligente e forte”.
Cabo Verde defende também que a UA terá que ter uma liderança capaz de resolver os problemas, nomeadamente os conflitos que ainda persistem no continente, por exemplo no Mali e na Guiné-Bissau.
Jorge Carlos Fonseca defende ainda que o candidato que vier a ser escolhido por Cabo Verde terá também que fazer da UA uma organização capaz de potenciar o desenvolvimento económico-social e cultural de África.
A Comissão da UA, o secretariado e órgão executivo desta organização continental, encontra-se atualmente sem presidente, devido ao fracasso dos dois principais candidatos, designadamente Jean Ping (cessante) e Nkosazana Dlamini-Zuma que nas eleições realizadas em finais de janeiro último, em Addis Abeba, a capital etíope, durante a última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA, não conseguiram obter a maioria de dois terços necessária ao efeito.
Ping, presidente cessante, concorria para um segundo mandato de quatro anos, com o apoio da maioria dos países da Africa Ocidental, enquanto Dlamini-Zuma era a candidata da África do Sul e de todos os países da SADC.
Na primeira volta Jean Ping conseguiu reunir 28 votos, enquanto Dlamini-Zuma obteve 25 votos.
Na segunda volta, um dos apoiantes de Ping decidiu mudar o seu voto, pelo que o resultado acabou quase num empate, ou seja 27 votos para Jean Ping e 26 votos para Dlamini-Zuma.
Na terceira volta, Ping conseguiu subir para 29 votos, enquanto que Dlamini-Zuma quedou-se em 23 votos. Nesta fase, Dlamini-Zuma foi obrigada a retirar-se em conformidade com os regulamentos da UA.
Contudo, isso não se traduziu na eleição automática de Ping, pois mesmo assim ele tinha que conquistar a maioria de dois terços para ser declarado vencedor, algo que não aconteceu.
Na quarta volta, apesar de Ping ter concorrido sem adversário, ele não conseguiu persuadir 36 Chefes de Estado e de Governo a votarem por ele.
Assim sendo, o processo de eleição do novo Presidente da Comissão da UA vai ser repetido na próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, a ter lugar em Lilongwe, a capital do Malawi, em julho próximo.
-0- PANA CS/DD 30abr2012