PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Revoluções no mundo árabe examinadas na Trienal da ADEA
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - A Trienal da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA) continuou terça-feira no Centro Internacional de Conferência de Ouagadougou, com uma sessão plenária consagrada aos ensinamentos a tirar das mudanças recentes de regimes políticos na Tunísia, na Líbia e no Egito.
O secretário executivo da ADEA, Ahlin Byll-Cataria, abriu as discussões sublinhando que a "primavera árabe" não se limitava só aos países árabes.
"A ansiedade que conduziu às revoluções na Tunísia, no Egito e na Líbia não é um mal-estar arábe. São camadas populares que começaram estas revoluções. Será que as mesmas coisas não podem produzir-se amanhã no Níger, no Senegal, no Burkina Faso?", interrogou-se o secretário-executivo da ADEA.
Ele convidou igualmente os participantes na sessão a pôr em perspetiva a "primavera árabe" e o tema principal da Trienal: "Promover os Conhecimentos, Competêncas e Qualificações Críticas para o Desenvolvimento Sustentável em África: Como Conceber e Edificar uma Resposta Eficaz dos Sistemas de Educação e Formação".
Os palestrantes lembraram, por seu turno, o contexto socioeconómcio e político que antecedeu o levantamento popular na Tunísia, salientando o desemprego dos jovens.
"Enquanto a economia nacional não podia recrutar mais de 25 mil pessoas por ano, saíam anualmente 80 mil diplomados das universidades e escolas de formação tunisina. Por isso, acumulamos ao longo dos anos uma proporção incrível de jovens sem emprego que acabaram por transformar-se em atores da revolução", explicou Salah Hannachi, antigo embaixador da Tunísia em França.
Por seu lado, Khaled Raouni, do Ministério tunisino da Formação Profissional, lembrou que durante muito tempo os Tunisinos se contentaram com um crescimento económico de cinco a seis porcento que, entretanto, não criou riquezas benéficas aos Tunisinos.
Pelo contrário, disse, deixou milhares de Tunisinos abandonados. "E é isso que provocou a revolução. Devemos aproveitar a Trienal para refletir sobre a construção dos crescimentos inclusvios nos nossos Estados", declarou Raouni.
Depois da plenária sobre a "Primavera Árabe", os participantes dividiram-se em diferentes sessões paralelas consagradas à pequena infância, à educação para a paz e à gestão das respostas às situações pós-conflito, bem como à reforma curricular no domínio da pedagogia, da educação e da avaliação dos professores.
Outras sessões temáticas foram consagradas às alternativas educativas, às competências para o desenvolvimento rural, à necessidade de concluir parcerias e à educação e formação para as populações nómadas.
As discussões do dia foram encerradas com uma plenária consagrada à comunicação para o desenvolvimento sustentável.
-0- PANA SEI/TBM/IBA/MAR/IZ 15fev2012
O secretário executivo da ADEA, Ahlin Byll-Cataria, abriu as discussões sublinhando que a "primavera árabe" não se limitava só aos países árabes.
"A ansiedade que conduziu às revoluções na Tunísia, no Egito e na Líbia não é um mal-estar arábe. São camadas populares que começaram estas revoluções. Será que as mesmas coisas não podem produzir-se amanhã no Níger, no Senegal, no Burkina Faso?", interrogou-se o secretário-executivo da ADEA.
Ele convidou igualmente os participantes na sessão a pôr em perspetiva a "primavera árabe" e o tema principal da Trienal: "Promover os Conhecimentos, Competêncas e Qualificações Críticas para o Desenvolvimento Sustentável em África: Como Conceber e Edificar uma Resposta Eficaz dos Sistemas de Educação e Formação".
Os palestrantes lembraram, por seu turno, o contexto socioeconómcio e político que antecedeu o levantamento popular na Tunísia, salientando o desemprego dos jovens.
"Enquanto a economia nacional não podia recrutar mais de 25 mil pessoas por ano, saíam anualmente 80 mil diplomados das universidades e escolas de formação tunisina. Por isso, acumulamos ao longo dos anos uma proporção incrível de jovens sem emprego que acabaram por transformar-se em atores da revolução", explicou Salah Hannachi, antigo embaixador da Tunísia em França.
Por seu lado, Khaled Raouni, do Ministério tunisino da Formação Profissional, lembrou que durante muito tempo os Tunisinos se contentaram com um crescimento económico de cinco a seis porcento que, entretanto, não criou riquezas benéficas aos Tunisinos.
Pelo contrário, disse, deixou milhares de Tunisinos abandonados. "E é isso que provocou a revolução. Devemos aproveitar a Trienal para refletir sobre a construção dos crescimentos inclusvios nos nossos Estados", declarou Raouni.
Depois da plenária sobre a "Primavera Árabe", os participantes dividiram-se em diferentes sessões paralelas consagradas à pequena infância, à educação para a paz e à gestão das respostas às situações pós-conflito, bem como à reforma curricular no domínio da pedagogia, da educação e da avaliação dos professores.
Outras sessões temáticas foram consagradas às alternativas educativas, às competências para o desenvolvimento rural, à necessidade de concluir parcerias e à educação e formação para as populações nómadas.
As discussões do dia foram encerradas com uma plenária consagrada à comunicação para o desenvolvimento sustentável.
-0- PANA SEI/TBM/IBA/MAR/IZ 15fev2012