Agência Panafricana de Notícias

Responsáveis militares da CEDEAO visitam Guiné-Bissau

Lagos- Nigéria (PANA) -- Chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas de cinco países membros da CEDEAO chegaram a Bissau, capital da Guiné-Bissau, para uma missão conjunta CEDEAO/União Africana/ONU de avaliação das necessidades deste país no quadro das suas reformas em matéria de segurança, soube a PANA terça-feira.
A delegação dos chefes militares do Benin, de Cabo Verde, da Gâmbia, da Nigéria e do Senegal é liderada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas nigerianas, general Paul Dike.
Uma fonte da CEDEAO declarou terça-feira à PANA que a missão conjunta, que se encontra desde segunda-feira em Bissau, permanecerá nesta cidade até 24 de Janeiro corrente, para uma missão de avaliação que formará a base das suas recomendações para a concessão duma assistência internacional com vista ao lançamento das reformas tão esperadas do sector da segurança.
Os analistas políticos e militares consideraram que este pequeno país da África Ocidental precisa duma reforma urgente do seu Exército para se livrar dos veteranos da sua guerra de independência, que formam a base das Forças Armadas.
"Se a Guiné-Bissau não encontrar um meio de se livrar dos veteranos da guerra civil, o país continuará mergulhado na crise", afirmou um analista à PANA.
O conflito armado e a guerra de libertação de 1963 a 1974 lançados pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), actualmente no poder, permitiram ao país obter a sua independência de Portugal mas o seu Exército é composto por soldados desgastados no tempo, que não podem falar português nem inglês.
As divisões no seio do Exército provocaram golpes de Estado e contra golpes de Estado desde 1980, data em que o Presidente actual, João Bernardo Vieira, tomou ele o poder na sequência dum golpe de Estado.
Após as eleições legislativas de Novembro de 2008, soldados amotinados tentaram matar o Presidente Vieira ao atacar a sua residência.
Eles foram reprimidos pelas tropas fiéis após três horas de confrontos que deixaram a sua residência crivada de disparos e fizeram um morto entre os seus colaboradores.
"Esta tentativa de assassinato tornou mais imperiosa a restruturação do Exército e a expulsão de todos os que não pertencem às forças armadas", segundo este analista.