Agência Panafricana de Notícias

Responsáveis do G-20 exortados a proteger pobres

Nairobi- Quénia (PANA) -- Num contexto de crise económica que ameaça relegar 53 milhões de Africanos suplementares numa pobreza extrema, a campanha para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) das Nações Unidas exortou os responsáveis do G-20 reunidos em Londres a partir desta quinta-feira a comprometer-se a tomar medidas para ajudar os países em desenvolvimento e a redução da dívida.
"A crise económica mundial ameaça os meios de subsistência de um bilião e 400 milhões de pessoas que vivem numa pobreza extrema no mundo e que correm o risco de ser duramente afectadas se os responsáveis do Grupo dos 20 países mais ricos não se atacarem aos seus problemas durante a sua reunião de 2 de Abril", sublinha um comunicado da ONU transmitido quarta-feira à PANA.
O comunicado revela que mais de 130 milhões de pessoas vivem numa pobreza extrema, na sequência do aumento dos preços dos géneros de primeira necessidade e do petroleo em 2008.
"Esta situação é cruel e injusta, visto que a crise foi causada pelos países ricos.
Os responsáveis do G-20 devem respeitar os engajamentos assumidos para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e mobilizar os recursos", sublinhou.
"Os países ricos devem respeitar os seus engajamentos de conceder 0,7 por cento do seu Produto Interno Burto (PIB) à ajuda ao desenvolvimento, de garantir a participação dos menos pobres do mundo no processo de tomada de decisões e de rejeitar as medidas proteccionistas", prossegue o comunicado.
Para fazer face às urgências no mundo, a campanha das Nações Unidas para os ODM apela igualmente aos países ricos a assegurar que as instituições financeiras internacionais restruturadas defendam os pobres do mundo.
"Os países devem ser mais ouvidos e ter uma maior representatividade nas instituições financeiras internacionais para garantir uma maior equidade", frisou o comunicado da ONU.
"A crise económica causada pelos países ricos não deverá ser utilizada como pretexto para se furtar junto dos países pobres a respeito dos engajamentos assumidos em relação à ajuda", acrescentou.