Repressão contra oposição e imprensa intensifica-se no Rwanda, diz Human Rights Watch
Nairobi, Quénia (PANA) - As autoridades rwandesas detiveram nove pessoas ligadas a um partido da oposição e um jornalista, na semana passada, num período de intensificação da repressão contra opositores e detratores, denunciou quarta-feira a Human Rights Watch (HRW).
Estas medidas repressivas parecem estar ligadas ao "Dia Ingabire", um evento organizado pelo partido de oposição não registado Dalfa-Umurinzi, agendado para 14 de outubro de 2021 para, entre outras questões, discutir sobre a repressão política no Rwanda.
Théoneste Nsengimana, jornalista que tencionou cobrir o evento e animar uma discussão no seu canal no YouTube com a líder do partido Victoire Ingabire, foi preso a 13 de outubro.
"A última repressão do Governo rwandês demonstra a sua recusa em tolerar o debate e as críticas", Estas detenções flagrantemente arbitrárias e políticas têm como objetivo dissuadir ainda mais as pessoas de se manifestarem contra as políticas ou abusos do Governo", disse Lewis Mudge, diretor da HRW para a África Central.
O Gabinete Rwandês de Investigação (RIB) anunciou, num tweet, que Théoneste Nsengimana e cinco outras pessoas não identificadas foram presas por "publicar rumores com o objetivo de incitar à revolta ou distúrbios entre a população".
O RIB também alertou aqueles que usam as redes sociais para evitarem "atentar contra a segurança nacional" e "incitar à divisão".
A agência de investigação não reconheceu publicamente a detenção das outras quatro pessoas.
"Os métodos brutais do Rwanda para reprimir a dissidência levantam sérias preocupações quanto à segurança e ao bem-estar de qualquer pessoa presa", concluiu Lewis Mudge.
Mudge instou os parceiros internacionais do Rwanda a condenar publicamente a repressão e o histórico deplorável dos direitos humanos do país, e pressionar pela libertação imediata e incondicional do grupo.
-0- PANA MA/NFB/JSG/MAR/IZ 20out2021