Agência Panafricana de Notícias

Representante da ONU alerta para frágil situação política na África Ocidental

Dakar, Senegal (PANA) - O representante especial e chefe do Escritório das Nações Unidas para África Ocidental (UNOWA), Mohammed Ibn Chambas, alertou o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para a fragilidade da situação política e de segurança nesta região, indica um comunicado transmitido sábado à PANA.

Falando diante dos membros do CS da ONU, por ocasião de uma reunião sobre a situação na África Ocidental, Ibn Chambas expressou as suas preocupações pelas consequências das tensões políticas e da insegurança ligadas às ameaças terroristas e à epidemia de Ébola região.

A seu ver, algumas destas tensões políticas têm a ver com a atitude dos dirigentes da região, alguns dos quais não hesitam em empreender revisões constitucionais para se manterem no poder.

Chambas aludiu às eleições presidenciais e legislativas previstas em vários Estados oeste-africanos em 2015 e em 2016, nomeadamente o Benin, a Côte d'Ivoire, a Gâmbia, a Guiné Conakry, a Nigeria e o Togo.

Sobre o Togo, onde manifestações da oposição contra o Presidente Faure Gnassingbé tiveram lugar em novembro e dezembro em Lomé (capital do país), o chefe do UNOWA apelou ao Governo para tratar com prioridade a reforma do processo eleitoral.

Quanto ao Benin, o diplomata nigeriano ao serviço da ONU exortou as partes a encontrarem um consenso sobre a implementação dum sistema de inscrição electrónica com vista à constituição das listas eleitorais, a fim de que a organização das eleições locais e legislativas previstas, respetivamente em 2015 e em 2016, não seja retardada.

Referindo-se à Gâmbia, Chambas evocou os combates ocorridos a 30 de dezembro último em Banjul, a capital do país, e durante os quais houve uma tentativa, felizmente chumbada, de derrube do Presidente Yahya Jammeh, no poder há 20 anos.

Ele disse deslocar-se a Banjul a 14 e 15 de janeiro corrente, sublinhando que se trata da terceira tentativa de golpe de Estado neste país em oito anos.

No tocante ao Burkina Faso, Chambas mencionou a sublevação popular de 30 de outubro último que, um dia depois, forçou o então Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, a abdicar depois de 27 anos de poder absoluto.

No entanto, o chefe do UNOWA congratulou-se com o acordo concluído depois entre as partes sobre a instauração de uma transição.

-0- PANA KAN/JSG/DD 10jan2015