Agência Panafricana de Notícias

Renamo nega à imprensa pública acesso à sua conferência de imprensa em Maputo

Maputo, Moçambique (PANA) – A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, impediu segunda-feira os jornalistas dos órgãos públicos, incluindo da agência noticiosa AIM, de cobrir uma conferência de imprensa desta formação política realizada em Maputo, a capital.

De acordo com a AIM, a Renamo incumbiu ao seu chefe-adjunto do Departamento de Informação, Gilberto Chirindza, a missão de controlar a identidade de cada jornalista e o respetivo órgão de informação.

"Quando chegou a vez da equipa de reportagem da AIM, Chirrindza disse num tom ríspido que esta não foi convidada", para de seguida acrescentar que todos os órgãos de imprensa públicos, incluindo o jornal "Notícias", a Televisão (TVM) e a Rádio (RM) "já não vão mais cobrir as nossas atividades", indicou a agência noticiosa moçambicana

No entanto, o director-geral da AIM, Gustavo Mavie, garantiu não ter recebido nenhuma informação sobre a decisão da Renamo.

Este é o segundo incidente do género ocorrido nos últimos dias. O primeiro ocorreu há pouco mais de uma semana, no distrito de Gorongosa, província central de Sofala, quando a Renamo impediu a equipa da TVM de cobrir uma reunião da Comissão Política Nacional desta formação política, um evento dirigido pelo seu líder, Afonso Dhlakama.

A conferência de imprensa de segunda-feira foi dominada pela questão da validação dos resultados das eleições gerais de 15 de dezembro corrente e a Renamo teria insistido que não tenciona aceitâ-los após a sua divulgação pelo Conselho Constitucional (CC), esta terça-feira.

O CC é órgão de soberania especialmente competente para administrar a Justiça em matérias de natureza jurídico-constitucional em Moçambique.

Dhlakama considera de fraudulentos os resultados das eleições gerais que, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), conferem uma vitória a Frelimo, partido no poder, ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.

Os mesmos resultados indicam que Nyusi obteve o maior número de votos, ou seja 57,14 porcento, contra 36,38 de Dhlakama, enquanto o candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, conseguiu apenas 6,48 porcento.

-0- PANA AIM/AC/SG/IZ 30dez2014