Agência Panafricana de Notícias

Remessas enviadas por emigrantes cabo-verdianos aumentaram quase 40 por cento em Cabo Verde

 

Praia, Cabo Verde (PANA) –  Remessas enviadas por emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago, até setembro último, já cresceram quase 40 por cento em 2021, para quase 20.718.000.000 escudos (187.500.000 euros), apurou a PANA de fonte segura.

De acordo com dados de um relatório relativo a dezembro corrente, do Banco de Cabo Verde, publicado nesta quarta-feira, o Banco Central Cabo-verdiano, o resultado nos primeiros nove meses do ano foi impulsionado pelas remessas enviadas dois meses antes, ou seja, um recorde de quase 2.938.000.000 escudos (26.500.000 euros) num único mês.

De janeiro a setembro de 2020, emigrantes cabo-verdianos já tinham aumentado as remessas enviadas para o arquipélago para mais de 14.918.000.000 escudos (135.000.000 euros), que agora cresceram 38,9 por cento, também em nove meses, igualmente em termos homólogos.

Entre o total de remessas em divisas enviadas nos primeiros nove meses de 2021, lideraram as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos Estados Unidos da América e de Portugal, que totalizaram, respetivamente, 6.301.000.000 escudos (57.000.000 euros) e mais de 5.805.000.000 escudos (52.500.000 euros).

A população de Cabo Verde ronda os 500.000 habitantes, mas estima-se que mais de um milhão de Cabo-verdianos vivam na Europa e nos Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro do arquipélago, em grande parte, dependente das suas remessas.

Segundo dados provisórios anteriormente divulgados pelo Banco Central, as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o país aumentaram globalmente 4,5 por cento, de 2019 para 2020, para 20.789.000.000 escudos (187.000.000 euros), passando a ser lideradas pelas provenientes dos Estados Unidos, que dispararam 33 por cento, para mais de 5.982.000.000 escudos (53.800.000 euros).

Numa recente intervenção no final do 2.º De 2021, no Parlamento, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu a importância, para a economia cabo-verdiana, das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer representando já 11,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O governante explicou que as remessas valiam 10,6 por cento do PIB, em média, na legislatura de 2012-2015, mas que subiram para 11,3 por cento no período de 2016-2019.

"E neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20 por cento de junho de 2019 a junho de 2020", destacou, em dezembro, Ulisses Correia e Silva, reforçando a importância destas remessas por continuarem a aumentar, globalmente, apesar das dificuldades económicas que os emigrantes cabo-verdianos também enfrentam nos países onde trabalham, devido à pandemia da covid-19.

-0- PANA CS/DD 29dez2021