Remessas de emigrantes cabo-verdianos aumentam 22,1%
Praia, Cabo Verde (PANA) - As remessas de emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago aumentaram 22,1 por cento, em 2021, para um recorde superior a 25.833 milhões de escudos cabo-verdianos (232 milhões de euros), revela o relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde.
De acordo com o documento, citado pela imprensa local, o resultado de 2021 foi impulsionado pelo desempenho em dezembro, com divisas equivalentes a 2.799,8 milhões de escudos (25,1 milhões de euros) enviadas pelos emigrantes num único mês.
Em todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 21.142 milhões de escudos (190 milhões de euros), que foi então um novo recorde, aumentando praticamente 3,5 por cento face ao ano anterior.
Entre o total de remessas em divisas enviadas em 2021 lideraram, tal como no ano anterior, as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos Estados Unidos e em Portugal, que totalizaram, respetivamente, 8.596 milhões de escudos (77,2 milhões de euros) e quase 6.749 milhões de escudos (60,6 milhões de euros).
A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas estima-se que mais de um milhão de Cabo-verdianos vivam, na Europa e Estados Unidos, estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu no final de 2020, no Parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.
"As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia", afirmou.
O governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB (Produto Interno Bruto), em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3 por cento, no período de 2016 a 2019.
Ulisses Correia e Silva destacou que foi neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, que tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20 por cento de junho de 2019 a junho de 2020.
-0- PANA CS/IZ 30março2022