Rede anticorrupção satisfeita com detenção de ex-ministro burkinabeda Defesa
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - A Rede Nacional contra a Corrupção REN-LAC declarou-se satisfeita com o encarceramento, terça-feira, do ex-ministro da Defesa do Burkina Faso, Jean-Claude Bouda, por suspeitas de desvio de fundos destinados à luta contra o terrorismo.
"A REN-LAC tomou conhecimento, com satisfação, esta terça-feira, 26 de maio de 2020, através da imprensa, da captura do ex-ministro da Defesa e Antigos Combatentes, Jean-Claude Bouda", indicou a rede numa declaração.
Em abril de 2019, a REN-LAC tinha apresentado uma queixa ao procurador do Burkina Faso junto do TGI (Tribunal de Grande Instância) de Ouagadougou por atos de crime de aparência, enriquecimento ilícito, falsa declaração de interesses e de patrimónios e de aceitação indevida de presentes relativos ao ex-ministro Bouda.
A queixa foi registada em maio de 2019 e os membros da nossa rede foram ouvidos em outubro do mesmo ano, no âmbito da investigação dos ficheiros, lê-se na declaração.
A queixa da REN-LAC baseava-se na aquisição de ativos imobiliários por Bouda, estimados em cerca de 500 biliões de francos CFA (mais de 762,2 milhões de euros).
"O Senhor Bouda tinha apenas três anos de função ministerial. Na sua declaração de interesses e de patrimónios, feita quando tomou posse, esta propriedade imobiliária não apareceu em nehum lugar. E os recursos que ele tinha declarado também não lhe permitiam adquiri-la", enfatizou a declaração.
A REN-LAC considera este primeiro passo do processo de Bouda como "um passo em frente na luta contra a corrupção, para uma melhor governação no Burkina Faso."
Naturalmente, a rede espera por um tratamento diligente, para que se esclareça este caso, segundo o mesmo documento.
No entanto, para além do ministro Bouda, todos aqueles que fizeram do enriquecimento ilícito o seu desporto preferido devem começar a prestar contas ao povo, acrescenta a declaração.
No documento, apela-se à elucidação de outros casos emblemáticos de crimes económicos, nomeadamente os casos Guiro e Kanis, atualmente pendentes no seio do aparelho judicial.
-0- PANA NDD/DIM/DD 26maio2020