Agência Panafricana de Notícias

RSF exige libertação de jornalistas no Sudão

Dar-es-Salaam- Tanzânia (PANA) -- A Organização não Governamental "Repórteres Sem Fronteiras (RSF)" condenou, quarta-feira, o encerramento do diário Rai al- Shaab (Opinião do Povo), de Cartum, pelas Forças de Segurança e a detenção de quatro dos seus jornalistas.
Propriedade de Hassan Al-Turabi, o líder do Partido para o Congresso Popular (PCP, Oposição) que se mantém sob detenção, o jornal editado na capital sudanesa foi encerrado domingo "até novas ordens".
"Receamos que isto marque o início duma nova campanha do Governo contra a liberdade da imprensa no Sudão", afirmou a RSF, acrescentando que "nenhuma acusação foi feita contra os quatro jornalistas cujo único erro foi trabalhar para um jornal da oposição".
A ONG de defesa da liberdade de imprensa declara-se preocupada pela saúde e pela segurança dos detidos, e apela para a sua libertação imediata, instando ainda as autoridades sudanesas a "levantar a medida de encerramento".
Agindo sob as ordens do chefe do Serviço de Informações e Segurança, general Mohammed Atta, as Forças de Segurança Sudanesas invadiram a tipografia do jornal Rai al-Shaab, a 16 de Maio, e apreenderam todos os exemplares do último número do periódico.
Eles deslocaram-se depois à sede do jornal em Cartum, intimaram todo o pessoal a abandonar as instalações e detiveram o editor-chefe Asharaf Abdelaziz, bem o seu adjunto Abuzar Al Amin, o diretor-geral Nagi Dahab e o responsável de impressão, Abu Baker Al-Sammani.
O Ministério sudanês da Informação publicou um comunicado indicando que a medida de encerramento foi tomada porque o jornal publicou "falsas informações".
"Rai al-Shaab publicou um artigo em primeira página que declara que havia um sério conflito entre o Sudão e o Egito.
A manchete comportava igualmente uma informação mentirosa sobre a presença no Sudão de engenheiros que pertencem à Guarda da revolução iraniana", indica o comunicado.