RDC chamada a aproveitar "momento histórico" para se desenvolver
Kinshasa, RD Congo – A República Democrática do Congo (RDC) está a viver um “momento histórico” que ela deve aproveitar para desenvolver as suas instituições democráticas, declarou o Secretário-Geral (SG) da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres em Kinshasa.
Durante uma conferência de imprensa, terça-feira na cidade capital congolesa, Guterres indicou ter exprimido ao Presidente congolês, Félix Tshisekedi, a esperança de ver um Governo preocupado em ver a RDC transformado, "com uma oposição que também desempenhe um papel importante na vida política com um respeito acrescido pelos direitos e tenha uma visão para o futuro do Congo".
O SG da ONU pediu à comunidade internacional para apoiar o povo da RD Congo e às autoridades para aproveitarem a oportunidade de reforçarem as suas instituições, enfrentarem desafios de segurança e humanitários, e trabalharem para o desenvolvimento sustentável.
Anunciou que a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da RD Congo (MONUSCO) vai reforçar a sua capacidade de ações contra o grupo armado ADF, com vista a responderem melhor às preocupações de segurança levantadas pelas populações.
Fundadas em 1995, e essencialmente compostas por islamitas, avaliados em 300 a 600 combatentes, as Forças Democráticas Aliadas (ADF, sigla em inglês) são um grupo armado ugandês que agrupa movimentos de oposição ao Presidente uqandês, Yoweri Museveni, no poder desde 1986.
Guterres reiterou o seu apelo aos membros dos grupos armados na RD Congo para eles deporem as armas e aceitarem integrar-se nas comunidades.
Garantiu que a ONU fará o máximo para dar o seu apoio à desmobilização, ao desarmamento e à reintegração dos antigos combatentes dos grupos armados.
O nono SG da ONU, empossado em 2017, acrescentou que a sua instituição intensificará a sua cooperação com o país no domínio do desenvolvimento sustentável e inclusivo.
"A RD Congo tem uma potencialidade de riqueza enorme. É preciso que esta potencialidade possa servir os interesses do povo congolês e no domínio humanitário”, afirmou no termo duma visita de três dias a este país.
O objetivo último das Nações Unidas, acrescentou Guterres, é que a MONUSCO já não seja necessária e mas que seja substituída por uma equipa local que trabalhe com o Governo para o desenvolvimento e o bem-estar do povo congolês.
Porém, o também ex-primeiro-ministro português (1995-2002) reconheceu que se trata um objetivo a longo prazo, dando a garantia de que as Nações Unidas continuarão comprometidas com a RD Congo e que “não abandonarão o povo congolês.”
-0- PANA MA/NFB/JSG/FK/DD 3set2019