Quénia preocupado com brutalidade policial mortífera na Nigéria
Nairóbi, Quénia (PANA) - A brutalidade policial, que fez vários mortos na Nigéria, é uma "marca sombria" na marcha de África para a democracia, lamentou quinta-feira o ex-primeiro-ministro queniano, Raila Odinga.
"A brutalidade policial e abusos ocorridos na Nigéria nos últimos dois dias, causando múltiplos mortos e ferimentos a civis desarmados, são extremamente inquietantes e inaceitáveis", indignou-se Odinga.
, que anteriormente levou a cabo protestos de rua para exigir reformas da lei eleitoral neste país da África Oriental.
Ele aludia a manifestantes que invadiram as ruas da Nigéria para exigirem reformas e acabarem com a crueldade de um esquadrão policial conhecido como Unidade Especial de Controlo de Roubo (SARS, sigla em inglês), acusado de violações dos direitos humanos e de brutalidade na condução das suas operações.
"Não pode haver nenhuma desculpa para uma tal brutalidade contra civis desarmados que se insurgem contra a má conduta da polícia", declarou Odinga.
, cujo cortejo foi num determinado momento alvo de uma batalha de rua de 6 horas no auge de uma crise pós-eleitoral no Quénia em 2017.
Acrescentou que a brutalidade das manifestações de civis é uma triste lembrança da precariedade e da ameaça que dificulta a marcha de África para a democratização, o respeito pelos direitos, pelas liberdades e pelos Estado de Direito.
"No entanto, é claro que, como continente, não alcançaremos muito sem a adesão estrita a estes ideais. Apresento as minhas sinceras condolências às famílias enlutadas e desejo rápidas melhoras aos feridos", indicou Odinga, num comunicado. "Cabe especialmente as autoridades garantir que usem a sua posição para proteger a vida, os direitos e as liberdades dos cidadãos. Foi exatamente o contrário na Nigéria", declarou Odinga.
Exortou a União Africana e as autoridades nigerianas a investigarem sobre estes atos de violência e assassinatos ocorridos e julgarem seus autores.
-0- PANA AO/VAO/ASA/IS/MAR/DD 23outubro2020