Agência Panafricana de Notícias

Quénia pode perder ajuda alimentar da comunidade internacional

Nairobi- Quénia (PANA) -- O Quénia pode perder a ajuda alimentar da Comunidade internacional se não esclarecer o recente escândalo do milho, advertiu a embaixadora da França no Quénia, Elizabeth Barbier.
Em declaração à imprensa, após se ter deslocado à uma fazenda hortícula de Naivasha, a 90 quilómetros ao oeste de Nairobi, Barbier preconizou a transparência e a obrigação de se prestar conta sobre esta operação antes de a comunidade internacional intervir.
"Visto que o milho é o alimento de base do Quénia, a pressão exercida sobre (William) Ruto (ministro da Agricultura) para que se demita vai com certeza aumentar.
Várias questões relativas à distribuição e à crise alimentar surgiram.
Enquanto doadores de fundos, precisamos de esclarecimentos sobre este assunto", declarou a embaixadora francesa.
Ela manifestou a sua preocupação perante este escândalo, garantido no entanto aos Quenianos que os doadores e os parceiros no desenvolvimento em geral estão dispostos a ajudá-los.
Barbier chefiava nessa ocasião uma delegação de científicos das universidades de Nairobi e da França para esta viagem que permitiu à equipa tomar conhecimento dos aspectos hidraúlicos da indústria hortícula.
Mais de 10 milhões de Quenianos são ameaçados pela fome na sequência de uma penúria severa de milho causada nomeadamente por uma má pluviometria e por um mercado de importação de milho assinado evidentemente em condições não transparentes.
O ministro da Agricultura, William Ruto, e o Escritório Nacional da Produção Cerealífera (NCPB) autorizaram os moleiros a importar o milho a fim de cobrir o défice.
No entanto, de acordo com algumas queixas, o ministro Ruto teria emitido licenças para amigos, colegas, namoradas e parentes, algimas destas pessoas receberam quantidades de milho maiores do que as suas capacidades de moagem.
O ministro pressionado hoje pelos deputados para se demitir, a fim de permitir a abertura dum inquêrito, o ministro incriminado negou estas alegações e desafiou os seus acusadores a denunciar este caso à policia.