Quatro militares detidos por assalto à residência na capital cabo-verdiana
Praia, Cabo Verde (PANA) – A Polícia Nacional (PN) de Cabo Verde, anunciou, quarta-feira, na cidade da Praia, a detenção em flagrante delito de quatro militares que assaltavam uma residência, no bairro da Cidadela, na capital cabo-verdiana.
A mesma fonte avançou que as detenções ocorreram numa operação realizada nos bairros de Achada de Santo António, Tira Chapéu, Brasil, Palmarejo, Várzea, Fazenda, Sucupira, Eugénio Lima, Paiol, Achada Mato e Jamaica.
Fontes policiais, citadas pela imprensa local, deram conta da existência de suspeitas de que o assalto tenha sido orquestrado por uma mulher, que estava a substituir a empregada doméstica da residência assaltada, e o namorado desta, um dos militares detidos.
"Três dos detidos foram executar o assalto, enquanto o quarto, o namorado da mulher suspeita, ficou na retaguarda a controlar a missão", contou um polícia envolvido na operação.
Sabe-se também que a quadrilha, armada e encapuzada, amarrou os moradores da casa assaltada, tendo chegado a subtrair 6.300 euros e cerca de um milhão e 200 escudos cabo-verdianos, além de outros pertences, nomeadamente objetos em ouro.
A mesma fonte avançou que o assalto falhou, uma vez que os vizinhos do prédio onde se localiza a residência deram conta do que se passava e acionaram a Polícia Nacional, que agiu de imediato, apanhando os suspeitos em flagrante.
Durante toda a operação, que seguiu a detenção dos militares, foram ainda abordadas 17 pessoas e apreendidos muitos objetos, incluindo duas armas de fogo de fabrico artesanal, munições, droga, telemóveis, um computador e mais de 17 mil euros em dinheiro e ouro.
Entretanto, as Forças Armadas já anunciaram que vão instaurar um processo disciplinar aos militares detidos, terça-feira, 13, em flagrante delito, por assalto à mão armada a uma residência.
Em declarações quarta-feira à imprensa, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), general Anildo Morais, referiu que as notícias que dão conta do envolvimento dos quatro soldados no assalto mancha a imagem da instituição e "certamente medidas serão tomadas".
"Ninguém espera uma situação do tipo, porque os militares são para defender o bem público, mas estar envolvido num assalto é algo que não nos passa pela cabeça", lamentou.
Anildo Morais indicou que os assaltantes são soldados da última incorporação na tropa cabo-verdiana e que praticaram o crime no seu período de folga, mas não utilizaram qualquer material militar.
"Naturalmente que teremos de fazer um processo disciplinar, averiguar as circunstâncias, tomar as medidas", adiantou o CEMFA, explicando que os soldados serão julgados por um tribunal civil, porque não se trata de um crime militar.
-0- PANA CS/IZ 15ago2019