Agência Panafricana de Notícias

Quatro chefes de Estado esperados em Ouagadougou

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Os Presidentes Macky Sall, do Senegal, Thomas Yayi Boni do Benin, Mohamoudou Buhari da Nigéria e Faure Yédema do Togo são aguardados em Ouagadougou para uma segunda ronda de negociações sobre a crise sócio-política política que atravessa o país em consequencia do golpe de Estado feito pelo Regimento de Segurança Presidencial (RSP).

A cidade capital burkinabe, Ouagadougou, está sob ameaças de confrontos entre forças fiéis ao regime democrático e golpistas.

Após uma noite calma, a capital burkinabe Ouagadougou acordou esta terça-feira sob o espetro da iminência de confrontos entre as forças fiéis ao regime democrático, que cercaram os arredores da cidade, e a Junta militar que se recusa a depor as armas após o golpe de Estado de 17 de setembro corrente.

Várias colunas de militares que se encontram desde segunda-feira última à noite em Ouagadoudou, provenientes de muitas regiões do país, deram um ultimato de 10 horas aos golpistas do Regimento da Segurança Presidencial (RSP) liderado pelo general Gilbert Diendéré.

Os chefes militares estão a multiplicar as negociações para evitar um derramamento de sangue entre diferentes unidades das Forças Armadas do país.

As populações permaneceram nas suas casas nos diferentes bairros, esta manhã, enquanto a Junta anunciava a libertação do primeiro-ministro de transição, o tenente-coronel Yacouba Isaac Zida.

Por enquanto, nenhum tiro foi ouvido e a cidade está completamente paralisada.

Face à situação que podia degenerar segunda-feira à noite, o Presidente de Transição, Michel Kafando, foi evacuado para a residência da Embaixada de França.

Nesta terça-feira, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) começa uma reunião em Abuja, capital nigeriana, para assinar o controverso acordo de resolução da crise obtido pelos Presidentes senegalês, Macky Sall, e beninense, Boni Yayi, após uma estada de dois dias em Ouagadougou.

Esta segunda reunião acontece depois duma relativa terça-feira em Abuja (Nigéria), ao exame do projeto de acordo controverso obtido depois do golpe de Estado pelos Presidentes senegalês e beninense.

Enquanto isto, unidades do Exército regular vindas do Interior do país ameaçam enfrentar os elementos do RSP, autores de golpe de Estado sob a liderança do general Gilbert Diendéré.

Numa declaração, o general golpista Diendéré disse conformar-se com as decisões da cimeira dos Chefes de Estados africanos ocorrida na Nigéria e cujos resultados são impacientemente esperados em Ouagadougou.

Jurou replicar em caso de ataques por parte dos militares e garantiu por outro lado trabalhar no sentido para "evitar um banho de sangue" entre as forças armadas e os rebeldes.

As violências antigolpistas já fizeram uma dezena de mortos e uma centena de feridos.

Um soldado do RSP foi morto e um outro ficou ferido num confronto, segunda-feira à noite com um grupo armado num bairro em Ouagadougou.

-0- PANA NDT/IS/SOC/MAR/DD 22set2015