Agência Panafricana de Notícias

Publicado em França livro sobre fuga de cérebros

africanos Paris- France (PANA) -- Um livro sobre balanço das consequências da fuga dos cérebros no desenvolvimento da África acaba de ser publicado nas Edições L'Harmattan em Paris, soube a PANA segunda-feira junto da editora parisiense.
Intitulado "A fuga dos cérebros africanos: o drama dum continente reservatório", a obra de 272 páginas repartidas em 4 grandes partes apresenta uma "cartografia" completa do problema, examinando as políticas de acolhimento dos imigrantes africanos em diversos países europeus, incluindo a França, a Espanha e a Itália.
"Escrevi este livro, por um lado, para sublinhar a importância da fuga dos cérebros em África e, por outro lado, para avaliar as suas implicações no desenvolvimento do continente.
Os recursos humanos são uma condição essencial do desenvolvimento.
Ao passo que, os da África deixam anual e maciçamente o continente", lamentou à PANA o autor da obra, Gaston-Jonas Kouvibidila.
Segundo ele, a África apenas pode ser parte integrante da mundialização em curso se valorizar os seus recursos humanos.
"É preciso criar condições para que os quadros africanos fiquem a trabalhar no continente.
É preciso até fazer com que os que trabalham actualmente, quase gratuitamente, noutras regiões do mundo regressem à casa", sustentou Kouvibidila, sociólogo e jornalista franco-congolês.
Sublinhando a dimensão política do problema, a obra interpela os chefes de Estado e Governo africanos sobre a urgência de criar condições atraentes para pesquisadores e intelectuais africanos a fim de que não sejam seduzidos pelas sereias da imigração.
"Olhem para os Asiáticos.
Eles enviam milhares de estudantes nos Estados Unidos, na Europa e criam ao mesmo tempo as condições para que regressem logo após os seus estudos findarem.
Em África também, temos de criar estruturas adequadas para guardar os nossos pesquisadores e intelectuais.
É uma implicação de desenvolvimento", insistiu.
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estima que a fuga dos cérebros faz perder anualmente milhares de dólares americanos ao continente africano.
Este fenómeno é mesmo responsável pela decadência do sistema educativo e de saúde em diversos país do continente, segundo a agência onusina.