Agência Panafricana de Notícias

Professores pedem adiamento do reinício das aulas para segundo trimestre de 2022 em Cabo Verde

 

Praia, Cabo Verde (PANA) – Dois sindicatos representativos do professores cabo-verdianos defenderam o adiamento do início das aulas do segundo trimestre, que acontece esta quinta-feira, face ao crescimento da pandemia de covid-19, apurou a PANA de fonte segura.

Em nota informativa, o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) apelou ao adiamento do início das aulas para pelo menos mais uma semana devido ao aumento do número de casos de covid-19 e à circulação da variante Ómicron no país.

Para o referido sindicato, as escolas são também “lugares propícios” para o contágio, já que, muitas vezes, não se consegue ter todo o controlo daquilo que acontece com as crianças.

“O Sindprof questiona se de facto estamos em condições de iniciar o segundo trimestre já no dia 06 de janeiro. Será que estamos com todas as condições criadas perante este número grande de casos ativos? Já há lavadouros em todas as escolas? Serão disponibilizadas máscaras para os professores e para as crianças carenciadas”, questionou.

A mesma posição foi defendida pelo Sindicado Nacional dos Professores (Sindep), que argumentou que o Ministério da Educação, em vez de fazer a abertura das aulas (hoje), deveria fazer a higienização em todas as escolas neste dia e a abertura na próxima semana.

Em declarações à imprensa, o presidente do Sindep, Jorge Cardoso, afirmou que, apesar da alta taxa de vacinação contra a covid-19 entre adultos -mais de 70 por cento com a vacinação completa, segundo dados do Ministério da Saúde-, nem todos os alunos com idade superior a 12 anos estão já vacinados.

"Nas escolas secundárias, temos jovens que conseguiram fazer a vacinação por causa das festas de fim do ano, devido às exigências do cartão de vacina, mas, para os que têm menos idade, nem todos aderiram à campanha da vacinação", realçou Jorge Cardoso, referindo também que existem casos de professores que ainda não estão vacinados com as duas doses.

No entanto, o ministro da Educação, Amadeu Cruz, garantiu, nestra quinta-feira, que quase a metade das crianças e adolescentes cabo-verdianos acima de 12 anos de idade, que regressam hoje às aulas, já receberam a vacina contra a covid-19.

Segundo o governante, globalmente, 47 por cento das crianças e adolescentes (12 a 17 anos de idade) já estão vacinados, e o processo que arrancou a 16 de dezembro último. 

Contudo, Amadeu Cruz apontou que, em vários concelhos da ilha de Santiago, incluindo na cidade da Praia, a capital do país, a adesão é ainda reduzida, dando como exemplo o município de Santa Catarina, que conta com uma taxa de vacinação de 12,6 por cento, nesta faixa etária, apelando à "mobilização da sociedade local."

Quarta-feira, o ministro da Educação garantiu, no Parlamento, que as aulas retomam nesta quinta-feira no país, apesar do forte agravamento da pandemia nos últimos dias.

Segundo dados do Governo, em todo o arquipélago, há cerca de 49.000 crianças, adolescentes e jovens nesta faixa etária que frequentam a escola. 

Contudo, ao todo, são cerca de 60.000 menores (12 a 17 anos) em todo o país, e o Governo estabeleceu como meta imunizar, até ao final de janeiro de 2022, pelo menos 70 por cento do total com a vacina contra a covid-19, cujo intervalo entre a primeira e a segunda doses é de 21 dias.

-0- PANA CS/DD 06jan2022