Privatização de transportadora aérea nacional cabo-verdiana concluída, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) – O processo de privatização da transportadora aérea nacional (TACV) foi concluída nesta sexta-feira, 01 de março, com a assinatura dum contrato de compra e venda de 51 por cento das ações dessa empresa publica a serem adquiridos pela Loftleidir Cabo Verde, parceiro estratégico na sequência de um concurso internacional, apurou a PANA de fonte segura.
Através de uma nota de imprensa, o Executivo cabo-verdiano deu conta que, após um "rigoroso período de negociação", as partes chegaram a um acordo relativamente aos termos da venda da maioria do capital da TACV.
“Esta opção permitiu salvaguardar postos de trabalho, permitindo certamente a possibilidade de ganhos enormes ao país nos mais diversos setores da economia com a aceleração da implementação do Hub (plataforma)”, lê-se na nota.
Para o Governo, o país terá um maior número de conexões aéreas com o mundo para suportar o desenvolvimento do turismo, bem como uma maior proximidade entre Cabo Verde e a comunidade de emigrantes.
Além disso, acredita que a eventual aceleração da implementação do Hub poderá proporcionar oportunidades para as empresas de gestão aeroportuária.
O Executivo cabo-verdiano qualifica a assinatura do contrato como um “momento histórico para Cabo Verde, uma vez que fica assegurada a continuidade da companhia de bandeira”.
A seu ver, o momento vai ser, certamente, um importante passo para a materialização do Hub aéreo que terá como base a ilha do Sal.
A nota recorda que a proposta vinculativa para a aquisição de 51 por cento das ações da TACV foi submetida ao Governo, a 27 de julho de 2018, pela Loftleidir Icelandic.
O governo propôs, posteriormente, utilizar como veículo de aquisição da referida participação a sua participada, a Loftlider Cabo Verde, algo que mereceu a "não objeção" do Governo.
A Loftleidir Cabo Verde é uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.
A privatização da TACV, lê-se no documento, foi assumida “desde sempre como uma das prioridades” do atual Governo, que esta em funções desde março de 2016, e que se baseia no “risco orçamental e fiscal eminente” que a empresa vinha representando ao longo de anos para o pais.
Por outro, indica a nota, “porque o Governo acredita que a reestruturação, com a participação de parceiros com know-how, seria a melhor via de se precaver eventuais custos económicos que uma liquidação total da empresa representaria para o país”.
“Diante da já conhecida situação financeira deficitária da companhia aérea de bandeira nacional, há anos, e visando colocá-la em boas condições para a sua privatização, o Governo decidiu avançar com um ambicioso programa de reestruturação da empresa em maio de 2017”, lê-se na nota publicada na página oficial do Governo.
O mesmo documento relembra que, em agosto de 2017, se deu início a uma parceria entre o Estado de Cabo Verde e o Grupo Icelandair, “um grupo com experiência internacional reconhecida e com know-how em matéria de aviação comercial”.
A “grande vantagem” da parceria estabelecida com o Grupo Icelandair, de acordo com o comunicado, passa pelo facto de este ter montado o Hub aéreo da Islândia, “tendo-se este tornado na plataforma de distribuição de passageiros e de cargas entre o norte da Europa e os Estados Unidos da América”.
-0- PANA CS/DD 1março2019