Agência Panafricana de Notícias

Primeiro-ministro líbio renuncia à sua demissão

Beidha, Líbia (PANA) – O primeiro-ministro líbio, Abdallah al-Theni, reconsiderou a sua demissão que ele anunciou terça-feira à noite em direto na televisão, afirmou esta quinta-feira o porta-voz do Governo interino reconhecido pela comunidade internacional, Hatem al-Areibi.

Segundo Al-Areibi, esta decisão visa « permitir a continuação da gestão do Executivo durante este período crítico e difícil que atravessa o país ».

"O primeiro-ministro e o seu Governo continuarão a exercer as funções que lhes são confiadas e o Governo não apresentará a sua demissão à Câmara dos Representantes (Parlamento)", precisou Al-Areibi numa declaração relatada pela Agência Líbia de Notícias (LANA) instalada em Beidha e sob tutela do Governo interino.

Ele sublinhou que o Governo está pronto para se apresentar na Câmara dos Representantes para dar conta da sua ação quando for solicitado.

O chefe do Governo anunciou terça-feira última a sua demissão numa entrevista televisiva, afirmando que iria apresentá-la domingo ao Parlamento.

Pressionado, o primeiro-ministro declarou-se pronto para se retirar das suas funções se ele for acusado de ser responsável pela crise prevalecente no país.

Segundo observadores, a demissão surge após a decisão terça-feira do Parlamento de convocar de novo o Governo e o governador do Banco Central da Líbia para uma sessão de perguntas.

Em maio último, após uma sessão tensa de perguntas ao Governo de Al-Theni pelo Parlamento em Tobruk (leste), o primeiro-ministro escapou a uma tentativa de assassinato quando ele se dirigia para o aeroporto da cidade.

A demissão de Al-Theni coincidiu com um novo ciclo de diálogo facilitado pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) que encerrou os seus trabalhos quarta-feira à noite em Genebra, na Suíça, com um compromisso de concluir um acordo político que resolva a crise através da instalação duma nova transição gerida por um Governo de União Nacional.

Al-Theni ascendeu à presidência do Governo interino líbio a 12 de março de 2014, sucedendo ao ex-primeiro-ministro, Ali Zidane, após a retirada da confiança do Parlamento da época, o Congresso Nacional Geral (CNG).

A Líbia está exposta há vários meses a uma dupla crise política e de segurança, que culminou num Estado bicéfalo com dois Governos e dois Parlamentos, nomeadamente um intalados na capital, Tripoli, e que controlam várias cidades do oeste do país, consideradas como autoridades paralelas, e outros em Tobrouk, no leste da Líbia, que goza de reconhecimento da comunidade internacional.

-0- PANA BY/JSG/FK/TON 13agosto2015