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Primeiro-ministro cessante diz deixar Cabo Verde mais rico

Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro cessante de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou, quinta-feira, na cidade da Praia, que o seu Governo deixa um país “muito mais rico” do que o herdado em 2001 quando assumiu o poder, apurou a PANA de fonte segura.

"Vamos deixar um outro país, muito mais rico do que aquele que herdamos em 2001, com mais democracia, com mais liberdades, com muito mais economia e com muito mais oportunidades.
E por isso, sentimo-nos orgulhosos do percurso feito. Cumprimos, trabalhamos até ao limite das nossas capacidades para que Cabo Verde pudesse crescer e desenvolver-se. Só não fizemos o que era impossível fazer", disse José Maria Neves, no final do último Conselho de Ministros do seu Governo.

Balanceando a VIII legislatura, em conferência de imprensa, após esta última reunião, ele sublinhou que, nos 15 anos que esteve à frente do Governo, foram feitos todos os possiveis para que Cabo Verde pudesse ganhar, o que resultou num “grande prestígio” do país no plano internacional.

Afirmou que, hoje, Cabo Verde, além de ter “grande credibilidade”, os seus cidadãos estão “muito mais confiantes” no seu país e com uma auto-estima elevada, e que o seu desejo é que essa confiança, positividade, ambição e todas as energias positivas possam ser canalizadas para o desenvolvimento do arquipélago cabo-verdiano nos próximos tempos.

José Maria Neves assegurou que as bases já foram lançadas para que o país continue a crescer, através das infraestruturas modernas em quase todos os domínios, dos grandes investimentos em curso como hotéis, resorts, estradas, obras de ampliação e modernização dos aeroportos, novas barragens, o campus universitário e a cidade desportiva.

"Temos infraestruturas modernas em quase todos os domínios e grandes investimentos em curso”, disse o ainda chefe do Governo cabo-verdianao.

Sublinhou que as bases estão lançadas para se acelerar o ritmo de crescimento económico, para se ter uma economia mais inovadora, mais competitiva e geradora de empregos e de trabalho decentes, uma economia mais justa e mais inclusiva e, portanto, com mais oportunidades para todos.

José Maria Neves socorreu-se das previsões económicas mais recentes que apontam para um crescimento da economia do arquipélago de 3,3 porcento em 2015 e 2,9 porcento em 2016.

No que se refere à dívida pública, estimada em 121 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ele assegurou que a mesma "está dentro da sustentabilidade" e que o défice público deve chegar a 4,5 porcento em 2015.

Cabo Verde tem ainda reservas externas de importações para seis meses, acrescentou.

José Maria Neves destacou como grandes marcos da governação a parceria especial com a União Europeia e o cumprimento de todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, a passagem de Cabo Verde a país de rendimento médio, a sua classificação de segundo país melhor governado em África, além de uma participação "mais ativa" na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

“O novo governo tomará posse no dia 22 de Abril e no dia 21 estaremos a passar todas as pastas, todas as informações, por isso, desejo-lhe muitos sucessos para o bem de Cabo Verde, para que todos os Cabo-verdianos, com ambição de forma muito positiva, continuem a trabalhar para o desenvolvimento global nacional”, assinalou.

O novo Governo será liderado por Ulisses Correia e Silva, presidente do Movimento para a Democracia (MpD), partido que regressa ao poder depois de 15 anos na oposião, na sequência da vitória eleitoral, com maioria absoluta, das legislativas de 20 de março último.

-0- PANA CS/DD 15abr2016