PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Primeiro-ministro cabo-verdiano descarta política de austeridade
Paria, Cabo Verde (PANA) – O Governo cabo-verdiano não se vai enveredar para uma política de austeridade, apesar das dificuldades que o país enfrenta neste momento, declarou o primeiro-ministro José Maria Neves.
José Maria Neves, que reagia quinta-feira aos mais recentes dados divulgados pelo Banco de Cabo Verde (BCV) e que apontam para uma subida do volume da dívida pública para 95 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, garantiu que o seu Governo vai continuar “a negociar e mobilizar recursos com os nossos parceiros, para que a economia continue a crescer e podermos fazer com sucesso este período de transição”.
Considerou que a subida do volume da dívida pública está no "perímetro da sustentabilidade a longo prazo e os investimentos em curso trarão benefícios em breve".
Frisou também que Cabo Verde não terá de se enveredar para a austeridade, "uma vez que todos os cálculos do Governo, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que a dívida está dentro dos limites da sustentabilidade".
"Há dívida porque estamos a construir barragens, portos, aeroportos, estradas e investir na água e no saneamento, nas telecomunicações. Para quê? Para construirmos os fatores de competitividade da economia cabo-verdiana, para modernizarmos o país e podermos garantir a sustentabilidade do crescimento futuro", justificou.
O relatório anual do BCV, publicado esta semana, indica que o volume da dívida pública do Governo Central, excluindo os títulos consolidados de mobilização financeira, cresceu 20 porcento, passando a representar 95 porcento do PIB em 2012.
"São dados que o BCV põe sobre a mesa. Diz que há um impacto forte da crise internacional e que a economia poderá crescer menos do que a previsão", admitiu José Maria Neves, alegando que, tendo em conta o que se está a passar no mundo, "o mais importante é continuar a crescer, o que está a acontecer, ainda que a um ritmo mais lento".
O documento revela que o o ritmo de crescimento da economia do arquipélago cabo-verdiano está a abrandar, fixando-se em um porcento em 2012.
Na mesma linha, também a inflação diminuiu, situando-se nos 2,5 porcento (4,5 porcento em 2011).
No setor externo, acrescentou, regista-se também um aligeiramento do défice da conta corrente, que foi de 16,2 porcento do PIB em 2011, para passar para os 12,9 porcento no ano passado.
“Este desempenho menos favorável da economia nacional foi determinado pela acentuada redução da procura interna, em consequência da queda expressiva do consumo e do investimento privados”, sublinha o BCV.
O BCV alerta que “a economia cabo-verdiana tem sido contagiada pela crise europeia, com fatores como a redução dos fluxos do investimento direto estrangeiro (sete porcento em 2010, 5,5 porcento em 2011 e 4,3 porcento em 2012) e, mais recentemente, a redução das exportações de mercadorias de 16 mil e 759 milhões de escudos (mais de 199 milhões de dólares americanos) em 2011 para 15 mil e 777 milhões de escudos (mais de 187 milhões de dólalres americanos) no ano passado".
Por seu turno, as reservas aumentaram ligeiramente face a 2011 (3.2 meses), chegando aos 3.8 meses, ao passo que, em 2010, esta cifra situava-se nos 4.2 meses, tendo as remessas dos emigrantes, para o apoio familiar, quase estagnado, com 13 mil e 423 milhões de escudos (mais de 159 milhões de dólares americanos) em 2011 para 13 mil e 628 milhões de escudos (mais de 162 milhões de dólares americanos) em 2012.
Para o líder cessante do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição em Cabo Verde, Carlos Veiga, o aumento da dívida pública para 95 porcento do PIB reflete as "más políticas" do Governo.
Carlos Veiga, que deixará de ser líder do MpD após a convenção nacional do partido, a decorrer este fim de semana na cidade da Praia, a situação económica do país "é ainda
mais grave" do que vem indicado nos dados divulgados no mais recente relatório do BCV.
"(Os 95 porcento da dívida pública reportados no relatório do BCV) Não me surpreende. Há muito tempo que dizemos que a dívida nem sequer é só de 95 porcento. Se considerarmos a dívida contingente da Electra (empresa de eletricidade) e dos TACV (transportadora aérea), já ultrapassámos os 100 porcento do PIB", salientou Calos Veiga, que falava aos jornalistas em conferência de imprensa.
Reagindo às críticas do presidente cessante do MpD, que exige consequências políticas pelos falhanços da política económica e financeira, José Maria Neves desdramatizou-as, sublinhando que "a oposição está a pôr sobre a mesa ideias conservadoras, retrógradas e voltadas para a austeridade da economia cabo-verdiana".
“Não ouvirei, nesta parte, a oposição, nem Carlos Veiga. Não vamos para uma política de austeridade, vamos continuar a negociar e a mobilizar recursos com os nossos parceiros, para que a economia continue a crescer e podermos fazer com sucesso este período de transição", realçou.
-0- PANA CS/IZ 12julho2012
José Maria Neves, que reagia quinta-feira aos mais recentes dados divulgados pelo Banco de Cabo Verde (BCV) e que apontam para uma subida do volume da dívida pública para 95 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, garantiu que o seu Governo vai continuar “a negociar e mobilizar recursos com os nossos parceiros, para que a economia continue a crescer e podermos fazer com sucesso este período de transição”.
Considerou que a subida do volume da dívida pública está no "perímetro da sustentabilidade a longo prazo e os investimentos em curso trarão benefícios em breve".
Frisou também que Cabo Verde não terá de se enveredar para a austeridade, "uma vez que todos os cálculos do Governo, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que a dívida está dentro dos limites da sustentabilidade".
"Há dívida porque estamos a construir barragens, portos, aeroportos, estradas e investir na água e no saneamento, nas telecomunicações. Para quê? Para construirmos os fatores de competitividade da economia cabo-verdiana, para modernizarmos o país e podermos garantir a sustentabilidade do crescimento futuro", justificou.
O relatório anual do BCV, publicado esta semana, indica que o volume da dívida pública do Governo Central, excluindo os títulos consolidados de mobilização financeira, cresceu 20 porcento, passando a representar 95 porcento do PIB em 2012.
"São dados que o BCV põe sobre a mesa. Diz que há um impacto forte da crise internacional e que a economia poderá crescer menos do que a previsão", admitiu José Maria Neves, alegando que, tendo em conta o que se está a passar no mundo, "o mais importante é continuar a crescer, o que está a acontecer, ainda que a um ritmo mais lento".
O documento revela que o o ritmo de crescimento da economia do arquipélago cabo-verdiano está a abrandar, fixando-se em um porcento em 2012.
Na mesma linha, também a inflação diminuiu, situando-se nos 2,5 porcento (4,5 porcento em 2011).
No setor externo, acrescentou, regista-se também um aligeiramento do défice da conta corrente, que foi de 16,2 porcento do PIB em 2011, para passar para os 12,9 porcento no ano passado.
“Este desempenho menos favorável da economia nacional foi determinado pela acentuada redução da procura interna, em consequência da queda expressiva do consumo e do investimento privados”, sublinha o BCV.
O BCV alerta que “a economia cabo-verdiana tem sido contagiada pela crise europeia, com fatores como a redução dos fluxos do investimento direto estrangeiro (sete porcento em 2010, 5,5 porcento em 2011 e 4,3 porcento em 2012) e, mais recentemente, a redução das exportações de mercadorias de 16 mil e 759 milhões de escudos (mais de 199 milhões de dólares americanos) em 2011 para 15 mil e 777 milhões de escudos (mais de 187 milhões de dólalres americanos) no ano passado".
Por seu turno, as reservas aumentaram ligeiramente face a 2011 (3.2 meses), chegando aos 3.8 meses, ao passo que, em 2010, esta cifra situava-se nos 4.2 meses, tendo as remessas dos emigrantes, para o apoio familiar, quase estagnado, com 13 mil e 423 milhões de escudos (mais de 159 milhões de dólares americanos) em 2011 para 13 mil e 628 milhões de escudos (mais de 162 milhões de dólares americanos) em 2012.
Para o líder cessante do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição em Cabo Verde, Carlos Veiga, o aumento da dívida pública para 95 porcento do PIB reflete as "más políticas" do Governo.
Carlos Veiga, que deixará de ser líder do MpD após a convenção nacional do partido, a decorrer este fim de semana na cidade da Praia, a situação económica do país "é ainda
mais grave" do que vem indicado nos dados divulgados no mais recente relatório do BCV.
"(Os 95 porcento da dívida pública reportados no relatório do BCV) Não me surpreende. Há muito tempo que dizemos que a dívida nem sequer é só de 95 porcento. Se considerarmos a dívida contingente da Electra (empresa de eletricidade) e dos TACV (transportadora aérea), já ultrapassámos os 100 porcento do PIB", salientou Calos Veiga, que falava aos jornalistas em conferência de imprensa.
Reagindo às críticas do presidente cessante do MpD, que exige consequências políticas pelos falhanços da política económica e financeira, José Maria Neves desdramatizou-as, sublinhando que "a oposição está a pôr sobre a mesa ideias conservadoras, retrógradas e voltadas para a austeridade da economia cabo-verdiana".
“Não ouvirei, nesta parte, a oposição, nem Carlos Veiga. Não vamos para uma política de austeridade, vamos continuar a negociar e a mobilizar recursos com os nossos parceiros, para que a economia continue a crescer e podermos fazer com sucesso este período de transição", realçou.
-0- PANA CS/IZ 12julho2012