PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Presidente ugandês propõe integração de refugiados na zona urbana
Munyonyo- Uganda (PANA) -- O Presidente ugandês, Yoweri Museveni, sugeriu que os refugiados sejam doravante instalados em campos da zona rural mas integrados no meio urbano para evitar os conflitos pelas terras com as comunidades de acolhimento.
A proposta de Museveni foi deita durante os debates da cimeira especial da União Africana (UA) sobre refugiados e deslocados internos que entrou sexta-feira no seu segundo dia de trabalhos, na cidade ugandesa de Munyonyo.
No seu discurso, Museveni declarou que "a integração urbana é melhor do que o envolvimento horizontal dos refugiados nas zonas rurais, onde a sua implantação é fonte potencial de conflitos com as comunidades locais".
"Manter as pessoas em campos não corresponde à tradiçãoafricana.
Por que não projectar a integração dos refugiados noutras zonas diversas dum quadro agrícola, já que a terra não estará sempre disponível?", interrogou-se.
Neste contexto, Museveni defendeu que "devemos deixar desenvolverem- se centros urbanos industriais onde os refugiados possam adquirir competências e procurar empregos".
Disse ser necessário ajudar os refugiados a adquirir competências para evitar os conflitos com as populações locais a propósito das terras agrícolas, uma sugestão que, se for aceite, marcará uma ruptura com a norma segundo a qual os refugiados são normalmente confinados a campos e as suas deslocações restringidas.
Por seu turno, o co-director da Iniciativa Internacional para os Direitos dos Refugiados, Dismas Nkunda, chamou a atenção para a necessidade de se ter em conta que "alguns refugiados vivem perto de zonas onde eles têm o mesmo quadro cultural, na maioria dos casos, perto das fronteiras".
Nkunda citou o exemplo dos refugiados do leste da República Democrática do Congo (RDC) e os do Sul do Sudão cuja transferência para centros urbanos considera "talvez não recomendável".
"Mas a política do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) consiste em deixar os refugiados em campos, para facilitar a distribuição da ajuda humanitária; que os faz sentir-se prisioneiros.
Assim, a ideia de Museveni que os refugiados deveriam ser autorizados a deslocar-se é bem-vinda", admitiu.
No entanto, alguns receiam que esta medida agrave os problemas existentes, como o desemprego, e cause assim um aumento da criminalidade bem como uma sobrelotação acrescida dos bairros de lata.
"Eu penso que Museveni tem uma outra visão que nós que realizamos o trabalho humanitário.
Com uma crise do emprego que continua, como fazer face a este novo encargo?", questionou Alfred Odwikile, um delegado da República Centroafricana.
Para ele, manter os refugiados em campos e permitir-lhes adquirir competências, aceder à educação, a uma água potável e a terras de cultivo para a sua própria subsistência "deve ser o ponto em que é preciso insistir".
Odwikile defendeu igualmente o aumento dos investimentos a favor das populações deslocadas à força.
A cimeira especial da UA, organizada sob o lema "União Africana Face ao Desafio dos Deslocamentos Forçados em África", deve terminar esta sexta-feira com uma declaração sobre as causas profundas destes deslocamentos e dos problemas dos 17 milhões de refugiados e de deslocados no continente.
A proposta de Museveni foi deita durante os debates da cimeira especial da União Africana (UA) sobre refugiados e deslocados internos que entrou sexta-feira no seu segundo dia de trabalhos, na cidade ugandesa de Munyonyo.
No seu discurso, Museveni declarou que "a integração urbana é melhor do que o envolvimento horizontal dos refugiados nas zonas rurais, onde a sua implantação é fonte potencial de conflitos com as comunidades locais".
"Manter as pessoas em campos não corresponde à tradiçãoafricana.
Por que não projectar a integração dos refugiados noutras zonas diversas dum quadro agrícola, já que a terra não estará sempre disponível?", interrogou-se.
Neste contexto, Museveni defendeu que "devemos deixar desenvolverem- se centros urbanos industriais onde os refugiados possam adquirir competências e procurar empregos".
Disse ser necessário ajudar os refugiados a adquirir competências para evitar os conflitos com as populações locais a propósito das terras agrícolas, uma sugestão que, se for aceite, marcará uma ruptura com a norma segundo a qual os refugiados são normalmente confinados a campos e as suas deslocações restringidas.
Por seu turno, o co-director da Iniciativa Internacional para os Direitos dos Refugiados, Dismas Nkunda, chamou a atenção para a necessidade de se ter em conta que "alguns refugiados vivem perto de zonas onde eles têm o mesmo quadro cultural, na maioria dos casos, perto das fronteiras".
Nkunda citou o exemplo dos refugiados do leste da República Democrática do Congo (RDC) e os do Sul do Sudão cuja transferência para centros urbanos considera "talvez não recomendável".
"Mas a política do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) consiste em deixar os refugiados em campos, para facilitar a distribuição da ajuda humanitária; que os faz sentir-se prisioneiros.
Assim, a ideia de Museveni que os refugiados deveriam ser autorizados a deslocar-se é bem-vinda", admitiu.
No entanto, alguns receiam que esta medida agrave os problemas existentes, como o desemprego, e cause assim um aumento da criminalidade bem como uma sobrelotação acrescida dos bairros de lata.
"Eu penso que Museveni tem uma outra visão que nós que realizamos o trabalho humanitário.
Com uma crise do emprego que continua, como fazer face a este novo encargo?", questionou Alfred Odwikile, um delegado da República Centroafricana.
Para ele, manter os refugiados em campos e permitir-lhes adquirir competências, aceder à educação, a uma água potável e a terras de cultivo para a sua própria subsistência "deve ser o ponto em que é preciso insistir".
Odwikile defendeu igualmente o aumento dos investimentos a favor das populações deslocadas à força.
A cimeira especial da UA, organizada sob o lema "União Africana Face ao Desafio dos Deslocamentos Forçados em África", deve terminar esta sexta-feira com uma declaração sobre as causas profundas destes deslocamentos e dos problemas dos 17 milhões de refugiados e de deslocados no continente.