Agência Panafricana de Notícias

Presidente tanzaniano recebe implacável opositor rwandês Faustin Twagiramungu

Kigali, Rwanda (PANA) - O implacável opositor ao regime de Kigali, Faustin Twagiramungu, grande opositor ao atual regime em Kigali, foi recebido esta semana como convidado de honra do chefe de Estado tanzaniano, Jakaya Mrisho Kikwete, noticiou quinta-feira a imprensa local, citando uma fonte próxima da Presidência em Dar-es-Salaam.

Antigo primeiro-ministro rwandês e candidato derrotado às presidenciais de 2003, o opositor rwandês vive atualmente em exílio na Bélgica onde dirige um partido ainda não aprovado mas designado "RDI Rwanda-Nziza".

Segundo fontes concordantes, Twagiramungu recebeu um acolhimento caloroso por parte do Presidente tanzaniano, mas esta reunião decorrida na cidade de Dodoma situada no sul da Tanzânia foi mantida secreta por razões de confidencialidade, segundo a mesma fonte.

O encontro entre as duas personalidades intervém alguns dias depois de este opositor rwandês ter declarado ter o seu partido criou uma coligação com o movimento rebelde hutu-rwandês das Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR) que opera no leste da República Democrática do Congo (RDC).

Além disso, o Presidente tanzaniano, Kikwete, sugeriu recentemente que o Rwanda empreendesse negociações com a rebelião das FDLR compostas essencialmente por alguns elementos suspeitos de ter murgulhado diretamente no genocídio perpetrado contra os Tutsi (tribo minoritária) em 1994 no Rwanda.

No seu discurso, durante a Cimeira dos Chefes de Estado membros da União Africana (UA) em Addis Abeba (Etiópia), o estadista tanzaniano exortou nomeadamente Kigali a negociar com os rebeldes das FDLR como única solução, a seu ver, para resolver o problema de insegurança que prevalece no leste da RD Congo.

Presentes nesta região congolesa, há mais de 19 anos, as FDLR, cujos numerosos elementos são suspeitos de participação no genocídio de 1994 no Rwanda, são consideradas como uma das principais fontes de insegurança na região dos Grandes Lagos.

O genocídio rwandês fez mais de 800 mil mortos segundo dados oficiais.

-0- PANA TWA/TBM/IBA/MAR/DD 24jan2014