Presidente sul-africano condena ataques xenófobos contra estrangeiros na África do Sul
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) – O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, condenou segunda-feira na cidade do Cabo ataques contra estrangeiros e apelou às forças da ordem para agirem contra responsáveis por estes atos.
Esta declaração do Presidente sul-africano segue-se a uma confirmação, pela Polícia, do assassinato de dois estrangeiros, na semana passada, por residentes locais em Sea Cow Lake e em Burnwood, na mesma província.
"Enquanto Sul-africanos, nós devemos a nossa liberdade à solidariedade e ao apoio dados à nossa luta de libertação pelos povos do nosso continente e do mundo inteiro”, indignou-se Ramaphosa.
"O desenvolvimento de África depende do aumento da circulação de pessoas, de bens e serviços entre diferentes países para que todos aproveitem isso. Não permitiremos aos criminosos retardarem estes processos”, acrescentou.
No mesmo contexto, o ministro sul-africano da Segurança, Bheki Cele, declarou que os ataques contra cidadãos estrangeiros constituem “uma autêntica criminalidade”.
O partido da oposição, Aliança democrática (DA), anunciou que se deslocará a uma instalação de Sudenham que acolhe vários cidadãos estrangeiros deslocados, vítimas de ataques xenófobos brutais em KwaZulu-Natal.
"Nós vamos dialogar com as vítimas deslocadas e avaliar as disposições tomadas para se garantir a sua segurança, a sua reintegração ou a sua reinstalação na localidade”, declarou Zwakele Mncwango, responsável da DA.
"A DA condena estes ataques xenófobos insensatos com a maior firmeza, pois eles não têm nenhum lugar na democracia diversificada da África do Sul”, concluiu o opositor sul-africano.
Uma nova onda de violência xenófoba emergiu, há uma semana, na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, constatou a PANA no local.
Numerosos cidadãos estrangeiros refugiaram-se em postos de polícia e em mesquitas próximos das suas residências.
Segundo fontes seguras, os Sul-africanos que convivem com estrangeiros estariam descontentes que estes ocupem seus postos de trabalho.
Em 2008, pelo menos 62 pessoas foram mortas em circunstâncias idênticas quando uma onda de violência xenófoba abalou o país antes do Mundial da Federação Internacional de Futebol (FIFA) de 2010.
Estima-se em 66 o número de mortos assinalados, nas mesmas condições, desde 2015.
-0- PANA CU/VAO/AKA/TBM/SOC/FK/DD 2abril2018